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A noite na cidade
depois de um dia de chuva.
As poças se acumulam nas ruas
e refletem as luzes dos postes.
Eu-adoro-eu-vejo-o-brilho:
O asfalto molhado também reflete.
O som dos pneus que passam.
A aderência frágil da borracha na pedra.
(Sim, sim, são coisas antigas, meu bem)
Hoje nem há lua no céu,
mas é assim
eu nem preciso da lua,
eu repito:
' meu bem, meu bem, eu nem preciso da lua'.
Tá tudo certo agora,
uma cerveja aqui perto e
a vista calma que observa o mundo vazio.
(Eu já te disse que o mundo é bom, não disse?
Eu já te disse que eu te salvo, não é?)
Eu passeio com as mãos nos bolsos
e vejo os ratos que se agitam.
É dia de chuva, bayb, e as tocas molharam -
os ratos sabem das coisas e
saem das tocas
e passeiam no asfalto,
eu penso.
Volto pra casa com as minhas asas arriadas.
Eu vôo olhando
os meus pés
que correm no chão.
É-assim-que-se-anda-é-assim-que-se-voa.
'Bayb, bayb, você ainda não me conhece'.
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