nostalgia.
Saudades loucas de quando eu tinha 18 anos e minha arrogância era por vitalidade e não por defesa. Eu era um moleque besta e esperto que morava em Sampa com três belas garotas que organizavam ótimas festas onde eu nunca mexia um palito. A vida era boa e eu lia os livros e dava discursos inflamados sobre isso me sentindo um pequeno deus da cultura. Eu me via como o gênio a ser descoberto, como a próxima revelação do teatro nacional. Eu era deslumbrado e não me dava conta disso e, portanto, vivia em paz. O meu quintal era enorme e nas ruas eu sempre andava cheio de pensamentos loucos sobre as glórias futuras. Era uma vida gloriosa porque eu não sabia de nada e porque só a ignorância proporciona esse estado de glória. Era tudo que só o passado pode ser e tudo que só os hormônios explicam. Eu sorria com facilidade e conversava com os desconhecidos e gostava de quase todos porque quase todos gostavam de mim. O mundo era justo e o impossível era apenas uma palavra vazia usada pelos fracos.
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