Do que se trata além de você? Se eu me concentrar e fechar os meus olhos eu posso falar de você por horas e horas. Mas eu nem sei se eu devo. Eu nem sei se você me lê. E nem faço idéia se você aprecia o que eu falo de você.
Eu poderia falar tudo e inventar outro tanto. Podia dizer de umas coisas que me passam na cabeça quando eu lhe vejo ou quando ouço um desses sons que você faz. Esses sons que você faz, por exemplo, poderiam ser assunto pra um tratado ou uma enciclopédia. Cada som, Meu Deus, cada som.
Mas eu não me arrisco assim. Eu paro aqui pra escrever e escrevo, mas não publico. Fica tudo no arquivo: vários rascunhos pra você. Veja só, como pode isso? Eu que sempre menti tão bem, que sempre me libertei na mentira agora escondo umas verdades aí que foram escritas. Mas tenho clareza que, de fato, não se precisa dizer tudo.
Prefiro fazer esse texto assim e desse jeito. Desse jeito meio vago que nem é, na real, o meu jeito. Mas que é uma maneira de falar de você e pra você sem cutucar muito, sem atingir muito a onça fera maluca que dorme no seu corpo bonito. Eu tenho lá minhas saídas, não é?
Depois eu vou querer ouvir umas histórias, umas histórias que você tá me devendo. Mas isso é assim: olho no olho, mão na mão, coração na boca e eu lhe vendo falar e emitir os sons loucos que você emite. Vai ser uma beleza ouvir essas histórias.
Enquanto isso continuo aumentando os rascunhos e lendo os livros e pensando nas vidas e em mim e em você. O resumo é sempre parecido com os rascunhos: o mundo é bom, meu bem, o mundo é bom, enquanto continua é bom.
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