domingo, agosto 26, 2007

doce defunta

Não agüento mais sua cara esperando que eu diga o que não vou dizer. Desculpe, meu bem, mas você está morta. Eu não tenho como a ressuscitar. Eu não tenho como dizer: levanta -te! Para provar que você está viva você teria que levantar de seu caixão e dançar e rebolar e fazer beicinhos. E então, e só então, talvez eu começasse a desconfiar de sua morte.
Mas isso é muito difícil de acontecer já que tenho a impressão de que você já nasceu morta. É isso mesmo: você nasceu morta. Nasceu assim e as vezes, e só as vezes, aparenta estar viva, mas na verdade não está porque, enfim, nunca esteve.
Então prefiro assim: Você doce no caixão, a pele muito branca de condessa vampira, os mamilos sempre rosas como foram e os pêlos meio loiros também. Você no caixão é o seu melhor. Sua potência é ser defunta, a defunta mais linda que já vi.