quarta-feira, novembro 07, 2007

e quem não for é mulher do padre.

(esse é o texto que escrevi pro programa da peça. o programa acabou, mas a peça continua.)
Toda atrocidade é feita em nome do bem. Quase toda guerra é santa e/ou combate a injustiça. Tudo de podre que já se fez foi sempre com um intuito positivo. E ser positivo tá na moda e pega bem.

E é com essa atitude pró que surgem um monte de ongs e instituições que pretendem ‘ajudar o próximo’. E é com o discurso do bom cristão que fazem várias canalhices. É quase clássico.

Muito se fala sobre as maldades cometidas e o bicho homem tem sempre aquela louca necessidade de explicar o mal. É só uma mocinha bem educada matar os pais e todas as teorias são formuladas. (E na verdade essa coisa de filho matar pai é muito antiga e comum e quase démodé). Mas de qualquer maneira é mesmo encantador imaginar a mocinha tão bonitinha chegando à conclusão fatal: ‘sim, sim, devo matar papai e mamãe’.

É claro que matar papai e mamãe é um exagero e tudo o mais, mas sempre há as pequenas maldades que são fontes de prazer. Fazer cachorrinho rosnar, queimar formigas com lupa ou pôr sal em lesmas são coisas que toda criança saudável faz ou deveria fazer. E acho que ninguém duvida que assassinos também sentem prazer em suas ações, ainda que a culpa possa aparecer depois.

Mas a propósito acho que todos já repararam que a moça que vende cerveja na TV é mesmo muito gostosinha.