sobre o alcóol.
tomando cervejinhas pra suportar a vida triste. o alcóol ajuda a segurar o rojão e ver as coisas com mais complacência. os idiotas dizem que isso é vício. eu não acho. isso é necessidade. pode não parecer, mas são coisas diferentes. não se trata de morrer para o alcóol, mas de viver melhor com ele. ele alí, uma muletinha eficiente para alguns momentos. é claro que a decadência do alcóol é uma merda e isso ninguém quer. é uma pena perder um leminski por conta disso, por exemplo. ainda mais ele que era produtivo mesmo sem o alcóol.
e há qualquer coisa nas pessoas que não bebem que sempre me dá angustia. uma gente seguindo a vida ditada por um pensamento prévio e pró. uma gente que não tenho vontade de conhecer. meu pai sabe disso. toda vez que digo que vou apresentar alguém pra ele vem sua eterna e sábia pergunta: - mas ele bebe, não bebe?
claro que há os bêbados desagradáveis, assim como há os sóbrios desagradáveis. se alguém é chato não é por culpa do alcóol. é porque é. gente chata é um fenômeno sem explicação. o alcóol é bom, mas não faz milagres. pode até iludir. mas o apreciador decente do alcóol gosta da ilusão dele justamente por saber que é ilusão. nada de misturar alhos e bugalhos. você vê a coisa e pensa: que bom estar bêbado pra ver essa coisa assim, do jeito que nem é.
e solta um arroto de cerveja e coça a barriga. a vida tem lá seus encantos.
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