terça-feira, julho 03, 2007

Roberta, entre tanto.

Nem te digo nada e já chego chegando e berro: no teu ouvido: nada. Nem te digo e nem te conto. Cada susto é um pulo no abismo. Sim. Donos de si e sem abalos. A lua no ceú não pode me fazer falta. Eu chego chegando e sei do que quer. Eu fujo dela. Eu fujo de você. Todas loucas a esperar os príncipes idiotas e atléticos. Eu fora dos seus sonhos loucos de vida curta. Eu to fora dos sonhos dela de vida longa. Nada de mais, mas eu nem te conto. Todo teu esforço é pra sentir algo novo. Todo o esforço dela é pra parar de ser ela mesma. Eu berro: nada. De tudo um pouco, cinema pra ver o que vê, teatro pra lembrar do que faz. Sim sim sim. Eu chego chegando e quero é enfiar o pé no peito. Escangalhar o sorriso da tua cara. Sua lágrima vaidosa eu já chorei, o teu amor muda apenas de objeto. Ama um e ama outro e repete as mesmas lamurias. Eu nem te digo: você com sua doçura, você que nem sabe que você é você mesma. E que nem é quem deveria ser. E que nem é a mesma de outras histórias. Sim sim. Os beijos são bons, os ataques e os carinhos e toda a vontade de morar no campo. É isso, princesa chorona, você quer criar galinhas e fazer bolo de fubá. Tanto faz com quem, tanto faz porquê. Cada um inventa o que pode e leva adiante do melhor jeito. É sempre pra sobreviver. Pra resistir. Beija na boca dele agora, beija e lembra de mim. Deixa que ele te pegue nas coxas e mostre os caminhos que já fiz. Teu corpo marcado pelas minhas mordidas e teu corpo sugado pela minha língua. É tudo semelhante se o que se ama não é o que se tem. Eu nem te digo e sempre repito: eu chego chegando e me nego a ter pena.