sábado, junho 30, 2007

porque ler buk é bom.

Quando eu vi ela dançando é que eu tive a certeza. Vou comer essa piranha, vou sim. Ela dançava mal pacas. E cansava fácil e insistia naquela dança estranha que era um pular sem parar. Maravilha, eu pensei. Essas mulheres fracas me agradam. Ela é bem vulgar. Tá com os olhos pintados e as unhas também. Tem uma mão bonita pacas, mas é uma mão grande demais pra uma dama. Mas é isso. Ela não é mesmo uma dama. Ela é agora a minha vagabunda. Isso, vamos sair daqui, lá em casa a gente vê como é que fica. Ela nem diz nada, mas me segue. Maravilha. Tá tudo ótimo então. Na rua as luzes brancas dos postes faz com que eu a veja melhor. Ela até que dá um caldo, um caldinho eu penso.
Em casa eu logo ponho um cd da pesada. Um cd que me foi dado por outra. É isso. Eu adoro minha perversão solitária. Enquanto ela me chupa rola a música. É assim que é. Eu ouço a música e enquanto sou chupado por uma lembro da outra e trepo como se estivesse trepando com as duas. Uma maravilha nossa imaginação, não é? Ela só ri e me pergunta o que o safadinho tá imaginando e eu nem dou trela. Nada de mais, meu benzinho, nada de mais. Sou um amante esforçado, gosto de agradar minhas fêmeas, sabe? Ela sempre ri. Tem um riso bom. Riso de piranha meio escangalhada, mas que revela que ainda há esperança. É isso que eu adoro em piranhas. Em algum momento a gente percebe naquela merda que elas são um resto resistente de ternura. A ternura de uma piranha é algo que nenhuma mulher decente alcança. As mulheres decentes só têm ternura para si mesmas, elas são limitadas e só se entregam em doses homeopáticas. Ela gargalha quando eu falo isso pra ela e ela diz que adorou a música do nosso sexo. Eu gargalho e ela diz eita imaginaçãozinha, hein?
Piranha esperta e vulgar. Coisa fina pra uma noite solitária e que podia acabar mal. Quando ela acorda eu lhe agrado. Digo assim: fica assim, meio dormindo. Eu vou te siriricar e depois te faço um café. Ela sorri. Adoro o sorriso das mulheres quando acordam após um noite de foda. É. A estratégia de siriricar sempre dá certo. Depois que ela goza ela me olha com aquele olhar de gratidão. Nada melhor que isso.
O café é forte ela diz. Eu sempre faço assim. Café de macho. Sim, sim, café de macho. Ela bebe e se arrepia. Uma coisa, uma beleza ver ela se arrepiando com meu café de macho. Beijo na boca com gosto de café. Ela insiste em beijar e eu beijo também. Nada de sexo, só beijo. Beijos longos com gosto de café. Uma delícia. Ela ainda tá meio amassada, cabelo desgrenhado. E beijamos e beijamos. Hum hum. Nada de sexo. Só beijo.