quinta-feira, julho 26, 2007

O canalha de dentes podres ataca por aí. Seus olhos injetados de vermelho esboçam o riso amargo que ele não esconde. A noite vê as mocinhas que passam e se masturba nos vãos das escadas e entre os automóveis estacionados na calçada. Ele ejacula olhando pro céu. Ele ejacula pensando em Deus.
O porco faminto ronda por todos os lugares indesejados. Olha a miséria dos mendigos na rua e se regozija ao lembrar das fogueiras dos garotos entediados que queimam gente. Ele pensa em fazer o mesmo. Ele pressente o mal como a última libertação. O homem livre só pode ser mau, ele pensa.
Os dentes se esfarelam cada vez mais dentro da própria boca. Morde-se enquanto goza e vê Deus. A língua não para de mexer na própria gengiva que sangra. O sangue podre e misturado com pus. Enquanto ele ejacula cospe o sangue da boca. É tudo a mesma substância, ele pensa.