A louca ta lá no batuque. Não olha muito. Olha assim de soslaio. Soslaio é uma palavra idiota, mas é a melhor pra esse caso. Ela se mexe menos do que pensei. É incrível. Agora eu vejo. Ela é jovem, muito jovem. Ela é uma menina que espera o amor. É impressionante. A maioria das mulheres são meninas que esperam o amor. Eu sei. Agora tem uma ou um idiota lendo e me chamando de machista. Ta certo então. Que seja. Sou machista. É mais simples achar isso. Que seja. Mas elas esperam o amor. E o amor é sempre um príncipe. Ou princesa. Tanto faz. Mas é sempre alguém que vem a cavalo. Você não entende? Foda-se. Eu falo só com quem entende. Eu não ensino nada. Eu repito o que você fala. Sempre. Sempre. Mas como dizia. Ela se mexe menos. Mexe pouco. Imaginei que ela suasse mais quando estivesse no batuque. Mas não. Ou pelo menos não tanto quanto eu pensei. Ela olha pra frente. As vezes pra quem ta perto. As vezes pros seus pares. Mas olha pouco. Olha menos do que seu privilégio de batuque lhe oferece. Eu vejo ela. Eu gosto de ver ela assim. A primeira coisa que eu lhe pediria, se eu tivesse na condição de quem pode pedir, era pra que ela batucasse nua pra mim. Ela pelada e batucando. Hum. Hum. Parece tão óbvio pensar isso. Mas talvez não seja. Não sei. Não interessa. É o que eu penso. E penso assim que a vejo batucando. Penso isso rápido. Por isso acho que é óbvio. Acho que é por isso. Acho não. Tenho certeza. É por isso.
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