Declaração de Amor.
Sua boca aberta me dizendo umas coisas. Eu ouço, eu penso, eu avalio. Eu faço isso sozinho e você não entende. Sou um tipo assim. Desses que atropela ou atrasa. Não defendo o meu jeito, mas é como é. A minha única regra é simples e condiz com o fato de eu ser um anjo: não minto pra agradar as mulheres.
Então eu ouço e penso em tudo que diz. Em todas essa coisas que solta assim, como se fossem coisas simples e não são. Não pra alguém como eu. Pra alguém que inventou que há coisas sérias e terríveis que podem ocorrer entre um homem e uma mulher. Pra alguém que sempre cogita a eternidade quando pensa nessas coisas todas.
Eu sou apenas um garoto gordo e mimado que a mãe alimentou demais. Eu sou um idiota que inventa um blogue por puro tédio. Eu até confundo o meu tédio com a minha satisfação. Eu sou um anjo sim, meu bem, mas sou um anjo e sou patético.
E no mais o seu grito é mais alto que a sua voz. Assim como o meu. A gente se parece no meio das ninharias, a gente é merda do mesmo cu. Somos dois cisnes brancos e lindos num lago amarelo de mijo. Somos repetições eternas de nós mesmos. Somos tão tristes quanto o resto do mundo.
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