terça-feira, dezembro 04, 2007

coisa p/ revista.

Acho que antes era tudo melhor. Não tudo TUDO. Mas algumas coisas. É claro que não havia o computador e sua pornografia grátis e maravilhosa. Mas acho que, na média, era melhor. Sei lá. Amar era mais fácil. E acho que odiar também. Era só odiar alguém que não fosse da sua tribo e tudo certo.
Mas tô mesmo falando isso por causa dos bandidos. Isso mesmo: dos bandidos. Tenho lá os meus momentos. É que estive pensando e aí fico nessas. E estive lendo também, o que é ainda pior porque faz com que eu pense achando que sei pensar. Deixa pra lá. Volto aos bandidos.
É que antes os bandidos tinham que ter habilidade. Tinham que ser uns caras bons de briga e tal. Podiam ser bons com facas ou navalhas. Ou ainda com espadas. Imagina só que romântico o cara vindo te roubar com uma espada prateada e brilhante que refletia a lua cheia porque o fio era mesmo muito afiado. E pensa bem. Usar uma espada não é simples. Ainda mais uma dessas que cortam papel. O cara com a espada tinha que ser mesmo muito bem treinado. Questão de sobrevivência.
Seja como for é como essas histórias que a gente lê ou vê no cineminha que é mais simples. Tem o Madame Satã. Bandido sim, mas admirado porque era bom capoeira e porque só usava navalha. Nada de armas de fogo. Madame Satã era um romântico até onde eu sei. Saia na mão com 5 e acabava com eles. Preto e bicha da pesada. Se garantia no braço e nas pernas e achava desleal esse troço de arma de fogo. Porra! Genial. Eu ficaria do lado do Madame Satã. Um cara que derruba 5 é sempre bom ter como amigo.
Que seja o Billy, the kid. O americano que morreu aos 21 com 21 assassinatos, segundo a policia. E policia, agente sabe, nunca sabe de tudo. Ou o que sabe, esconde. Fora que, na época dele, eles só contavam os americanos mortos. Nada de contar os pretos ou mexicanos. Essa gente nem era gente nessa época. Outros tempos e outras desvantagens.
Mas o Billy, the kid também era habilidoso. Atirava como ninguém. E não sei quantos tiros tinham uma pistola dessa época, mas com certeza não eram 8 com 1 no pente. E ele acertava bem. Fazia mira como poucos e matava sem muita frescura. Nada de desperdiçar balas ou pólvora. Ou alguém acha que no faroeste eles tinham 2 armas no coldre pra fazer boa figura?
Mas hoje é essa merda. É apenas uma questão de grana e poder. Só isso. Nada de habilidade. Um idiota compra uma merda de sub-metralhadora e aperta um botão que dispara tipo 100 tiros por minuto. Porra. Isso não vale. Cadê a classe? Cadê a elegância de um bom capoeira porrando 5 imbecis? Ou mesmo um mestre do tiro que acerta a cabeça sem auxílio de mira de precisão a 100 metros de distância?
Agora acabou isso. Bandido vem e é no cano. Cano grosso que dispara 1000 balas por segundo. É apertar o gatilho e atirar pra frente. Bem simples, se pensarmos bem. Então, pensando assim, antes era melhor. Até os bandidos tinham essa áurea do valor das coisas que se aprende: seja atirar, seja fazer um bom sapato. Tenho a ilusão que nessa época as coisas aprendidas tinham mais valor.
Hoje qualquer idiota fala inglês e tira vantagem disso. Hoje qualquer mequetrefe compra uma metralhadora pra se divertir no cinema. Qualquer 1 com alguma grana é capaz de fazer uma merda enorme. É só ter grana que se faz um estrago. Sorte que a maioria que tem essa grana não faz. Não ainda, pelo menos.
De qualquer maneira eu imagino outras coisas também. As virgens loucas que lhe esperavam. As mulheres mansas. Os homens leais e dignos. É, deveria ser ótimo. Mas sorte que digo isso estando aqui. Prefiro assim: as virgens sempre me assusturam, afinal.