domingo, dezembro 11, 2005

idiotías

Acabei de ver "O Sétimo Selo", filme de Bergman. Não gostei de fato. É um filme lerdo demais pra minha coerência urbana de garoto do século XXI. A única coisa que me diz respeito no filme é aquela carroça de atores, com um ator derrotado e seu mundo de teatrinho na carroça. Mas isso nem é tão significativo no filme. Portanto...

Vi esse filme porque todos falam e tal. E fico vendo como quem estuda um negócio chato, mas necessário. Eu vejo e até vislumbro a beleza daquilo, mas não embarco, não entro naquele planeta que não me diz respeito. É ele lá e eu aqui: dentro da minha cabeça de artista que acha que é importante consumir certas coisas por desejar mesmo ser artista e tal. Não sei se ficou claro, mas é por aí.

Vi duas óperas e nas duas dormi. Dormi porque aquilo é chato: aquela gente cantando e fazendo de conta que é aceitável agir dessa maneira. Mas vejo e vou ver de novo e dormir de novo. Considero meio obrigação de interessado nesse mundo. É minha profissão e devo ser um especialista das minha bobagens, sei lá. Vejo essas coisas porque devo consumir tudo, mas não gosto de tudo e nem acho que devo gostar. Mas é meu nicho, é esses troço que me abastecem, seja lá como for.
Chega. Já falei demais. Vou colocar um textinho que fiz há um bom tempo que mostra a idiotia desse meu comportamento.

DEI UM CORTADA NO TEXTINHO PORQUE NINGUÉM MERECE:

''(...) Estou ouvindo um cd de tango, não porque aprecie tango, mas porque vi na banca o cd, e achei barato, 5,99, e como nunca tinha ouvido tango, comprei o disco, comprei porque acho importante conhecer tango, esse tipo de coisa, isso de achar importante conhecer tango, é uma das terríveis influências do teatro. A pior coisa em se querer teatro é isso: Achar que é importante coisas que não são, não porque não sejam importantes, mas porque "devem" ser importantes, porque para melhor querer teatro é importante conhecer tudo que se possa. Teatro lava as cabeças das pessoas, não das que assistem, mas das que fazem. E minha cabeça está lavada, cheia de "importâncias". Isso, por exemplo, de escrever, é uma das idiotices que tenho em função do teatro...mas também não quero falar de teatro, não quero falar de nada, quero, como disse antes, esquecer de mim e virar ninguém.(...)''