sábado, junho 23, 2007

Conto Para Bukowski.

Eu tinha tomado uma cerveja no bar e tinha pensado: caralho, o álcool me faz bem, eu sinto ele no meu sangue e parece que ta tudo certo. Fui pra casa e sentei na minha e fiquei trocando de canal e pensando que era cedo pra caralho e que eu tinha que fazer alguma coisa. Liguei pra ela:

- E aí?
- Apareceu, é?
- Pois é. Vem pra cá e traz um vinho.
- Ta certo, eu nem ligo.
- Por isso que eu te ligo sempre, docinho.
- Mas olha, só chego aí mais tarde. To enrolada aqui. Daqui umas duas to aí.
- Ta. Me encontra no bar, então.
- Não toma conhaque, ta?

Desliguei o telefone e vi a t.v. Porra. Duas horas é foda. Se eu soubesse nem teria chamado. Era pra ser rápido. Ela chegava, a gente bebia, dava uma foda e saía pra dar umas voltas. Merda. Na t.v tinha uma porra de um programa que falava das novas tecnologias para as armas pessoais. Eram umas armas super modernas e você não precisava nem entender nada pra usar aqueles trabucos. Elas faziam quase tudo e qualquer idiota podia usar com tranqüilidade, era só ter o alvo certo. Tinha até um cara falando das vantagens que elas tinham para os mais novos. Ele dizia que, dependendo do lugar, é necessário sim que as crianças tenham armas desse tipo, que fazem tudo. Achei do caralho que a indústria de armas pensasse nessas coisas.

No bar tinha a mesma gente de sempre. Os mesmos caras que freqüentam aquela merda de lugar. Falei pro Durval que aquele cheiro de mijo tava demais. Que até sempre tinha um cheirinho, mas que tava exagerado. Ele nem falou nada e só mexeu a cabeça. O Durval é um imenso filho da puta isso sim. Ele explora todos os caras que vão lá. Uma vez eu falei isso pra ele e ele disse que nunca tinha me explorado porque eu não era tão idiota como os outros. Ele é mesmo um filho da puta.

Eu já tava na segunda cerveja quando chegou o nojento do Luiz. Porra, eu já tinha feito de tudo pra me afastar do cara. Já tinha saído com ele na porrada pelo menos umas 12 vezes. Mas era sempre a mesma coisa. Depois da briga, no outro dia, ele dizia: Tu sabe que a gente briga porque a gente se ama, né não?

O Luiz era um cara bacana, mas ele ficava bêbado rápido e começava a encher o saco. Começava e falava merda pra caralho. Ficava numas de te convencer do que quer que fosse. Ele, uma vez, ficou puto comigo porque não acreditei na merda da história dele de quando ele tinha recebido um telefonema, por engano, do presidente. Como se fosse o próprio presidente que discasse os números.

Ele já veio falando merda porque, pelo jeito, já tinha bebido. Eu falei pra ele cair fora e daí o Durval interveio e falou alguma merda pra ele e ele bebeu um conhaque e caiu fora. O Durval era um filho da puta, mas também já tinha me salvo de várias.

Eu ainda tava na porra da segunda cerveja e tava bebendo devagar porque eu queria dar uma trepada boa com a Gláucia. Já fazia um tempo que a gente não trepava e eu tava numas de impressionar. O de sempre: mulher bem comida te dá de novo. Pode demorar, mas te dá. Foi bem quando eu pensava isso que o Durval pôs uma dose de conhaque na minha frente e disse o Luiz deixou pago.

Filho da puta do Luiz, mesmo sem estar aqui ele me fode a vida. Olhei pro relógio e vi que faltava meia hora ainda pra Gláucia chegar. Virei o conhaque. Ta tudo certo.

A Gláucia chegou e foi logo falando pra caralho. Ela sempre fala pra caralho. Ela e todas as mulheres desse mundo fodido. Ta certo, ta certo, elas têm duas bocas, não é mesmo?

O vinho que a Gláucia tinha comprado era bom pra caralho. Ela tinha essa coisa de comprar vinho bom. Ela tinha uma grana porque nunca gastava. Trabalhava numa merda de empresa e não fazia nada nunca. Acho que eu era o único acontecimento da vida dela. Ela sempre me tratava bem pra caralho. Era agradável e cheirosa. E mulher cheirosa nunca foi meu forte. Já tinha tido tudo que era mulher, bonita, feia, gostosa, gorda, mas cheirosa era só ela. Coisa rara. Coisa fina.

A Gláucia era gostosa pra caralho, mas era meio ruim de rosto. Ela tinha uma merda de cara chupada e os lábios leporosos. Mas era mesmo gostosa e tinha aquele cheiro. Aquele cheiro bom que só uma puta de luxo, de 300 reais, pode ter. Coisa fina mesmo.

Depois do vinho e da lenga lenga que ela falou sobre os problemas do trabalho e dos planos para as férias a gente trepou. E trepamos pra caralho, durante um tempão. A merda do conhaque me fazia isso e ela sabia. Com conhaque eu demorava pra gozar. Meu pau ficava duro e tudo, mas pra gozar era foda. O Conhaque devia ser receitado pros adolescentes que sempre gozam antes da hora.

- Você bebeu conhaque no bar, não bebeu?
- Claro que não. Por que? To com algum bafo?
- Você sempre ta com bafo. Mas pelo menos agora é com bafo de vinho. E de vinho bom!

O bom da Gláucia era isso. Ela nunca insistia. Ela sabia que eu tava mentindo, mas nunca enchia o saco. Se eu tivesse que casar com uma mulher eu casava com ela. Teve uma época, no inicio, que eu até pensei em ficar com ela, morando junto e tudo o mais. Mas daí ela começou a fazer planos e eu caí fora. Mesmo a Gláucia tinha essa mania de planos.

Depois da segunda trepada eu perguntei se ela não queria dar uma volta e ela disse que se eu quisesse a gente ia. Era isso que eu gostava nela. Ela não tinha problemas em topar qualquer merda que eu falasse. Acho que se eu dissesse pra gente se matar e deixar uma carta culpando o sistema pelo nosso suicídio ela topava.

A gente comprou umas latas no mercado e foi pro trapiche. Eu tava numa boa porque sabia que pelo menos ali ela não ia querer trepar de novo. A gente ficou olhando o oceano e, às vezes, ela voltava a falar da viagem de férias dela porque nessa viagem ela ia conhecer outro oceano. Eu disse que não conhecia oceano nenhum e ela disse porque não quer e disse vamos pra casa. A gente chegou e ela me chupou e eu fiquei de pau duro de novo e nós trepamos. E dessa vez foi tudo no tempo certo. O conhaque já tinha saído do sangue.

5 Comments:

At 6:16 PM, Anonymous Anônimo said...

maravilhoso!

 
At 12:57 PM, Blogger fmaatz said...

Eu adorei escrever.
que bom que gostou.
é muito bom seguir um estilo de um puto.
bjs.

 
At 12:30 PM, Anonymous Anônimo said...

viu, se caso tiver vontade de escrever uma merda dessas novamente... "nem tente".

 
At 3:02 PM, Anonymous Anônimo said...

amigo, nem se dê ao trabalho de ler. é bem mais simples do que dar conselhos.
te amo, viu?
fernando.

 
At 5:47 PM, Blogger Tiago Figana said...

mt bom! ^^

 

Postar um comentário

<< Home