Diversão de Nerd.
Diversão de nerd é isso:
Sair de casa pra pagar contas e ver que a cidade tá eufórica e lembrar que hoje é dia dos namorados e somar dois mais dois e começar a andar olhando com muita atenção pra todos porque todos tão diferentes, pois inventaram esse dia e todos, ou quase todos, que seja, toparam essa invenção e embarcaram na farsa.
Aí nerd vê:
- Homens completamente desajeitados com flores nas mãos. Cabeludo roqueiro com um buquê na mão é o ápice. Roqueiro no Rio já é estranho, pois tem muita natureza aqui. Com flores é mais maluco ainda.
- Mulheres também com buquês, mas sem expressão. Não dá pra entender se estão felizes ou tristes. Talvez as flores tenham sido dadas pelos colegas de trabalho, foi o que pensei.
- No Shopping muita muita gente. Casais de todos os tipos. Destaque pros casais de gente mais velha e pros que estavam brigando. Tinha também os casais gays, tendo uma ala discreta e outra ostensiva. A ostensiva parecia mais feliz.
- Muita gente comprando presente de última hora. A cara de aflição estampada porque provavelmente o presente é ruim já que não foi pensado. É impressionante como um troço tão idiota pode criar uma culpa tão desagradável. Tive um terrível flashback e sorri aliviado.
- No banco um cara falando no telefone com o que supus ser a amante já que era uma conversa atravessada, como se ela não pudesse falar. Mas isso não sei, sei só que foi o que pensei.
- Oh, sim sim. Não posso esquecer: hoje é a estreia do show do Roberto Carlos no Canecão. Os caras são foda. Sabem mesmo ser estratégicos e fazer o tal marketing. Impressionante.
- Pra finalizar o melhor, que nem tem a ver de fato. Aqui no prédio já. To esperando o elevador e escondendo minha sacola porque esse porteiro dessa hora é um zóiudo filha da puta - mas isso não vem ao caso agora. To lá e vem um garotinho a toda velocidade e derrapa com suas sandálias de borracha e se estabaca feio, mas não dá mole e levanta e continua pilhado e fala pro pai e pra mãe que não doeu e continua quicando e entramos no elevador e ele dispara a falar e a inventar músicas( que é uma coisa que minhas sobrinhas também fazem) e antes, bem pouco antes de descerem no 3° andar, ele canta essa pérola num ritmo estranho de garotinho alucinado: papai, papai é um biscoitinho e mamãe, mamãe é uma cesta de pãozinho. Rá. Rará. Rarará!
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