quarta-feira, dezembro 05, 2007

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terça-feira, dezembro 04, 2007

Campanha: Surpreenda Fernandinho e o deixe Feliz.

É SIMPLES: É SÓ COMPRAR O LIVRO PELA INTERNET E MANDAR PARA:
CAMPANHA FERNANDINHO
RUA DA PASSAGEM, 146/613
CEP. 22290-030
BOTAFOGO. RJ - RJ.
E NÃO ESQUEÇA DO CARTÃO. É DE BOM TOM.






coisa p/ revista.

Acho que antes era tudo melhor. Não tudo TUDO. Mas algumas coisas. É claro que não havia o computador e sua pornografia grátis e maravilhosa. Mas acho que, na média, era melhor. Sei lá. Amar era mais fácil. E acho que odiar também. Era só odiar alguém que não fosse da sua tribo e tudo certo.
Mas tô mesmo falando isso por causa dos bandidos. Isso mesmo: dos bandidos. Tenho lá os meus momentos. É que estive pensando e aí fico nessas. E estive lendo também, o que é ainda pior porque faz com que eu pense achando que sei pensar. Deixa pra lá. Volto aos bandidos.
É que antes os bandidos tinham que ter habilidade. Tinham que ser uns caras bons de briga e tal. Podiam ser bons com facas ou navalhas. Ou ainda com espadas. Imagina só que romântico o cara vindo te roubar com uma espada prateada e brilhante que refletia a lua cheia porque o fio era mesmo muito afiado. E pensa bem. Usar uma espada não é simples. Ainda mais uma dessas que cortam papel. O cara com a espada tinha que ser mesmo muito bem treinado. Questão de sobrevivência.
Seja como for é como essas histórias que a gente lê ou vê no cineminha que é mais simples. Tem o Madame Satã. Bandido sim, mas admirado porque era bom capoeira e porque só usava navalha. Nada de armas de fogo. Madame Satã era um romântico até onde eu sei. Saia na mão com 5 e acabava com eles. Preto e bicha da pesada. Se garantia no braço e nas pernas e achava desleal esse troço de arma de fogo. Porra! Genial. Eu ficaria do lado do Madame Satã. Um cara que derruba 5 é sempre bom ter como amigo.
Que seja o Billy, the kid. O americano que morreu aos 21 com 21 assassinatos, segundo a policia. E policia, agente sabe, nunca sabe de tudo. Ou o que sabe, esconde. Fora que, na época dele, eles só contavam os americanos mortos. Nada de contar os pretos ou mexicanos. Essa gente nem era gente nessa época. Outros tempos e outras desvantagens.
Mas o Billy, the kid também era habilidoso. Atirava como ninguém. E não sei quantos tiros tinham uma pistola dessa época, mas com certeza não eram 8 com 1 no pente. E ele acertava bem. Fazia mira como poucos e matava sem muita frescura. Nada de desperdiçar balas ou pólvora. Ou alguém acha que no faroeste eles tinham 2 armas no coldre pra fazer boa figura?
Mas hoje é essa merda. É apenas uma questão de grana e poder. Só isso. Nada de habilidade. Um idiota compra uma merda de sub-metralhadora e aperta um botão que dispara tipo 100 tiros por minuto. Porra. Isso não vale. Cadê a classe? Cadê a elegância de um bom capoeira porrando 5 imbecis? Ou mesmo um mestre do tiro que acerta a cabeça sem auxílio de mira de precisão a 100 metros de distância?
Agora acabou isso. Bandido vem e é no cano. Cano grosso que dispara 1000 balas por segundo. É apertar o gatilho e atirar pra frente. Bem simples, se pensarmos bem. Então, pensando assim, antes era melhor. Até os bandidos tinham essa áurea do valor das coisas que se aprende: seja atirar, seja fazer um bom sapato. Tenho a ilusão que nessa época as coisas aprendidas tinham mais valor.
Hoje qualquer idiota fala inglês e tira vantagem disso. Hoje qualquer mequetrefe compra uma metralhadora pra se divertir no cinema. Qualquer 1 com alguma grana é capaz de fazer uma merda enorme. É só ter grana que se faz um estrago. Sorte que a maioria que tem essa grana não faz. Não ainda, pelo menos.
De qualquer maneira eu imagino outras coisas também. As virgens loucas que lhe esperavam. As mulheres mansas. Os homens leais e dignos. É, deveria ser ótimo. Mas sorte que digo isso estando aqui. Prefiro assim: as virgens sempre me assusturam, afinal.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

CHICO BACON - CLICACÁÓPÁ!


sábado, dezembro 01, 2007

sobre os sonhos.

Então era simples. Era só eu me sentar na frente da tela branca e brilhante e esperar que os pequenos milagres acontecessem. Juntava umas letrinhas, fazias umas frases e terminaria uma história, uma saga, um romance. A porra toda eu seria capaz de fazer.
Eu teria um quarto bem bacana numa cidade a uns 50 km daqui. Seria uma casa de 2 andares e o meu quarto seria todo de vidro. Eu veria as árvores e os bichos e os passarinhos que eu só veria porque, graças ao bom Deus, o vidro seria à prova de som. Um silêncio de morte, belíssimo, que só seria interrompido pelos meus dedos nas teclas ou pelo isqueiro ou pelo barulho discreto da brasa do cigarro queimando no cinzeiro. As vezes eu poria uma música que viria de caixas bem distribuídas e embutidas no meu quarto transparente e limpo. Duas mesas largas e distantes uma da outra. Uma estante com poucos livros, só os da vez. Uma poltrona azul com uma luz grudada para as horas de leitura. E desse quarto, além da árvores e dos bichos e dos passarinhos, eu veria a estrada, de forma que eu sempre saberia quando alguém estivesse chegando.
Eu ficaria nesse quarto pela tarde e por um período da noite. Das 15:00 às 19:00 e das 23:00 às 2:00. Esse quarto seria chamado pelas crianças como o 'escritório do papai' e, alguns dias, elas ficariam na outra mesa desenhando e rabiscando papéis. O meu acordo com as crianças é que se elas quisessem ficar alí, teriam que ficar quietinhas. E de vez em quando eu olharia pra elas rabiscando e elas falariam: 'eu tô quietinha, pai' e eu diria 'eu sei, eu sei, mas agora eu quero lhe mostrar uma coisa'. E então eu mostraria umas coisas pra elas e as deixaria falar bastante e mexer nas coisas que geralmente eu não as deixava mexer. E teria dias que ficaria com as 3 alí e quando tivesse ficando escuro elas perguntariam o que eu achava de chamar a mamãe e eu diria 'ótima idéia' e nós 5 ficaríamos no quarto de vidro.
A gente apagaria todas as luzes da casa e ficaríamos deitados no chão do quarto de vidro e faríamos jogos de associação e cantaríamos músicas e inventaríamos histórias de terror. E a gente ficaria cansado de tanto falar e ficaríamos em silêncio por 10 ou 20 min.
Depois disso o do meio cochicharia no meu ouvido e eu diria 'boa idéia' e ele levantaria e elas perguntariam 'o que? o que ele vai fazer?' e eu diria que 'era segredo e que todos nós teríamos que fechar os olhos e deixar ele fazer o que tinha que fazer'. O do meio assobiaria o tempo todo enquanto fazia o nosso combinado, porque ele sabia que ninguém podia saber o que ele estava fazendo ou a graça acabaria. Isso aconteceria às 22:04. E às 22:06 o do meio viria eufórico pra perto de nós e diria: 'silêncio, silêncio, olhos fechados!'.
Ele teria posto uma ópera terrível, com muitas vozes e violinos agudos e aterrorizantes. Nós todos riríamos e ele insistiria dizendo: 'só não vale abrir o olho'. E a menor agarraria minha perna e a outra agarraria a menor e a mamãe abriría os olhos e me daria um beijo. E a ópera terrível acabaria e os 3 estariam dormindo sem terem sequer tomado banho.
Eu e ela os poríamos nas camas que ficariam no mesmo quarto, pois a gente sempre tinha achado importante que nesse início era bom que eles dividissem os espaços. 1 cama e 1 beliche. A parte de cima do beliche seria sempre revezada a cada ano.
Depois a gente desceria e abriria um vinho. Beberíamos 1 copo sentados sem falar e lambiscando um queijo e uns salgadinhos que eram das crianças.
Eu a convidaria para ir ao quintal e ela sorriria e daríamos as mãos e beberíamos o resto da garrafa no gargalo, tomando cuidado para não rir muito alto. Ela me falaria 1 milhão de coisas e eu só concordaria com tudo. Nôs beijaríamos sem muito tesão, mas com um prazer imenso de levar a vida que levaríamos. Fecharíamos a casa e iríamos pro quarto.
Eu escovaria os dentes e ela faria xixi enquanto ainda lembraríamos de umas coisas e riríamos. Ela tomaria 'uma ducha relaxante' antes de ir se deitar. Ela sairia com uma toalha enrolado no corpo e outra no cabelo. Diria que resolveu lavar os cabelos. Eu diria 'sim, sim' e pediria pra ela dormir nua do meu lado e com os cabelos molhados. Ela sorriria e viria até a cama e dormiríamos agarrados e sem fazer amor. Dormiríamos à 1:20.
De manhã eu acordaria antes e lavaria a minha cara. Quando saísse do banheiro eu a veria esparramada na cama e me juntaria à ela. A gente faria amor de manhã.
Apenas um pouco antes das crianças acordarem e se juntarem à nós.

sobre mim.

Não me fale nada que eu não entenda.
Prefiro sua palavra direta e certeira.
Não dê margem para que eu invente o que você não fala.
Minha invenção é sempre cruel:
pra ti e pra mim.
Diga sendo bem direta
que
eu sempre serei honesto.
O máximo que eu posso fazer é
responder
o que você não esperava
como resposta.
Mas paciência: eu já disse que não minto.
E por mais que não pareça
é mesmo tudo verdade.
Eu sei de coisas que não poderia
eu sei dos meus ciúmes infantis.
Eu sei de mim

que se repete
e sei de mim

que gosta
da repetição.
Nunca gostei de quem não sabe o que quer.
Nunca admirei quem acha que tudo pode ser
porque tudo é relativo.
Gente assim sempre me pareçeu desesperada
e desespero é curioso, mas raramente inteligente.
E admiro a inteligência que não se poupa,
admiro os vaidosos que se enganam.
Prefiro os idiotas convictos aos idiotas sensíveis.
Questão de gosto.
Sempre é,
não é?