quarta-feira, outubro 31, 2007

do blogue da f. d'umbra. - ClicaCá!

(Do caralho, eu diria assim: aquilo que só uma mulher pode escrever.)

PUTO
Gostar de comida boa, vinho bom e foda boa. Entrando pela boca e pelos ouvidos. E o resto é eleição em país latino: festa, corrupção e putaria. Roma. Ando quieta, esperando o telefone tocar pra sair carregando gelo debaixo do sol. Não trabalho mais. Juro. Nem sei do que tenho vivido, já que como feito uma italiana jovem. Devo pegar um ônibus no dia 8 de novembro. Nesse dia, irei ao dentista para os procedimentos do aparelho. Vou corrigir meus dentes. Pretendo corrigir a gengiva e a mordida. E morder. Gostar de comida boa, vinho bom e foda boa.

terça-feira, outubro 30, 2007

Volta ao lar.

Nada como um diazinho de merda desses pra me por na linha, pra eu me tocar, pra dizer segura a merda agora que ela tá quente. Então eu volto à bosta original e percebo de novo a merda toda que me rodeia e me encanta e me fode a vida. Merda à granel e merda à rodo. As muletas são as mesmas. Os vícios também. A merda que era minha volta a tomar conta de mim.
É que eu fiquei muito impressionado com a minha máscara, sabe como? De repente eu tava lá sendo outro e achando que talvez eu também fosse aquilo. É meio idiota isso, mas fazer o quê, é o que é. Não sou o tipo de cara que chora porque aconteceu aquilo que já estava previsto acontecer.

-
Repetindo a mesma música pela milésima vez.
A gente se repete porque gosta do conhecido.
A música puxa e empurra meu ouvido cheio de saudades.
Nem tem tristeza nisso de ver a vida passar pela janela,
eu acho tão bonito ficar sentado esperando que as coisas apareçam.
-
(Como na música que repito agora,
tem sempre um coro atrás que acha que tudo pode dar certo,
embora a gente sempre saiba que as coisas nem são assim tão simples.
É uma pena que não sejam, né não?)
-
E na janela sempre tem uma chuva pra distrair a cabeça.
A gente sempre roda perto dos mesmo lugares,
cada passarinho com seu raio, não é?
-
De novo, de novo e de novo.
A mesma música e a mesma buceta.
Os milagres acontecem, não é?

segunda-feira, outubro 29, 2007

A Saga de um Louco, ela disse.

Nem quero e nem sei das suas dores. Você se comove sempre com isso. É só aparecer um idiota perguntando que que foi? e você já pensa nele, não é? Eu nem sou esse idiota, não esse específico...sou outro tipo de idiota. Olha, benzinho, e sente bem devagar minha ironia bem humorada, sua tristeza só é bonita de relance, ninguém suporta sua mania de sofrer sempre e com tanta força.
Eu gosto sim dos beijinhos que damos, gosto sim das suas pernas curtas que se abrem. Mas nem quero o pacote de histórias e causos e pensamentos. O pacote que nem me interessa porque sou egoísta e mesquinho. 1 em mil e que se foda, as 999 têm lá seu charme vulgar.
Gosto é de sentar no bar, beber uma cerveja e ver o tempo passar. Reparo na vida de um ou de outro e me dou por satisfeito. Sou um imbecil que adora as próprias imbecilidades, fazer o que? Nem quero ser o novo diretor de teatro da nova geração carioca.
( E agora, enquanto falo isso, eu lembro de uma mocinha aí que me passou num vulcão. Lembro dela e dos peitos que ela tinha. Tão certinhos no corpo...combinando tanto com o resto...um mimo.)
Sempre que sento aqui eu me lembro de você e penso no que você tanto quer e porque me procura tanto pra falar as mesmas coisas. Você é muito mais bonitinha do que insiste em disfarçar e acho, e acho mesmo, que suas tristezas têm mais beleza do que eu vejo. É apenas porque eu não sou o cara certo. Apenas porque nem me dedico e porque nem quero me dedicar. Apenas porque você me vê e me inventa assim como eu faço o mesmo contigo.
Estamos empatados, não estamos?

Sexo e ternura,
é toda essa
a minha cultura.

br3 -

Fui lá e vi toda a parafernália. É bonito sim, mas dura pouco. É bacana sim, mas enche o saco. Mania de mensagem do caralho. Mania de diálogo com atualidades, mesmo que seja pelo esforço. Muito Cristão e muito messiânico. Aquela mania de trazer esperança e apontar o dedo pro individuo dizendo que 'se cada um fizer a sua parte será um mundo melhor'. Isso é merda. É tolice. Cada um fazendo a sua parte nem cola, nunca colou. Mas pega bem pras ongs e pra Xuxa. É merda messiânica do mesmo pinico.
E tem também a coisa da história, da saga. Ok, o.k, histórias podem envolver e facilitar. Mas sei lá, é meio demais, ou é distante, não sei. Não me toca uma grávida atrás do marido pedreiro e ainda menos a conseqüência disso. Não por mal, mas prefiro é o cinema americano fazendo isso, sabe como é?
E tem os atores fazendo o de sempre. Uma puta infro pra pirar o cabeção e tudo é comedido e calculado. Claro que tem beleza pra caralho. Mas mesmo beleza enjoa e a gente fica querendo ver uma merdinha pra lembrar das coisas como são. Sei lá.
É essa minha velha arrogância louca e inútil: é apenas que nem me pega mesmo e como me adoro sigo assim, acho que tudo é sobre mim ou deveria ser.

quarta-feira, outubro 24, 2007

D. de A. 2

Abra suas pernas brancas pra mim e me xinga de covarde e me diz que me adora. Deixa eu ver como você fica deitada nessa cama fazendo beicinhos pra me provocar. Você nem imagina como eu gosto da vulgaridade. Você nem faz ideia o quanto o sexo sujo me agrada. (Você simula muito mal uma puta. Você percebe muito pouco o encanto que uma puta realmente tem. As putas não são estereotipadas como a maioria de vocês imaginam.) Com seu esforço de me agradar você se aproxima de mim: eu sempre gostei de cadelas obedientes, eu sempre gostei de abrir minha boca pra falar merda.

Declaração de Amor.

Sua boca aberta me dizendo umas coisas. Eu ouço, eu penso, eu avalio. Eu faço isso sozinho e você não entende. Sou um tipo assim. Desses que atropela ou atrasa. Não defendo o meu jeito, mas é como é. A minha única regra é simples e condiz com o fato de eu ser um anjo: não minto pra agradar as mulheres.
Então eu ouço e penso em tudo que diz. Em todas essa coisas que solta assim, como se fossem coisas simples e não são. Não pra alguém como eu. Pra alguém que inventou que há coisas sérias e terríveis que podem ocorrer entre um homem e uma mulher. Pra alguém que sempre cogita a eternidade quando pensa nessas coisas todas.
Eu sou apenas um garoto gordo e mimado que a mãe alimentou demais. Eu sou um idiota que inventa um blogue por puro tédio. Eu até confundo o meu tédio com a minha satisfação. Eu sou um anjo sim, meu bem, mas sou um anjo e sou patético.
E no mais o seu grito é mais alto que a sua voz. Assim como o meu. A gente se parece no meio das ninharias, a gente é merda do mesmo cu. Somos dois cisnes brancos e lindos num lago amarelo de mijo. Somos repetições eternas de nós mesmos. Somos tão tristes quanto o resto do mundo.

terça-feira, outubro 23, 2007

ClicaCá!


domingo, outubro 21, 2007

conchinhas coloridas

Sem chance de correr atrás de um prejuízo, meu bem.
Você nunca vai entender o meu desejo de um amor vulgar,
ninharias espalhadas com rigor,
sonhos inventados pra fazer com que você tivesse alma -
você será sempre minha criatura inventada e submissa,
você sempre estará num canto escuro esperando por mim.

sábado, outubro 20, 2007

Beto Dilom.

"como sente isso ?
(como isso é sentido?)
de estar por si
sem direção pra casa
como um desconhecido
como a pedra que rola
?"
( por fernandinho)

musique- que: de C.H à B. B

No meio da noite você imagina as coisas delirantes que estaria fazendo se ela estivesse por perto. Você pressente essas dores loucas que ela iria provocar na sua alma fraca e aborrecida. Os milagres têm nomes de mulheres. E há milagres que podem valer uma vida inteira.

Porque se trata de ter uma certeza exagerada que aquela mulher que passou é o próprio sentido da vida. E nessa impressão ligeira vem a doçura da esperança que acompanha a fêmea amada e louca, que é assim que a mulher amada deve ser: louca. Louca e necessária.

Uma criatura que lhe tira de todas as coisas e que lhe rouba do seu próprio umbigo que insiste em se isolar. Uma mulher com buceta de ouro é 1 em 1.000. É só ela que pode saber de coisas que nem ela mesma vai entender. É quase um grito no escuro, é quase a última centelha. Ela delira falando pra você coisas terríveis, mas mesmo assim você sorri.

Depois de um porre homérico você esbarra com ela ao acaso e ela lhe pede um cigarro e abre a boca pra lhe dizer prenúncios sinistros e belos que você já esperava ouvir. Ela lhe beija com violência e leva você com ela. Você logo entende que o desprezo dela é apenas falta de crença em milagres eternos. Você repara que ela se esforça pra não sorrir na sua presença, você entende que ela lhe ama.

sexta-feira, outubro 19, 2007


Fica quieto, Filho da Puta,
chega desse papo
que a vida é uma luta.

quinta-feira, outubro 18, 2007

Aniversário da Solange.

Hoje foi aniversário da Solange no Coimbra. Coimbra é o nome do bar que eu frequento. Solange é uma bêbada profissional de lá. Ela trabalha numa casa de gente mais velha que, segundo ela, sabe que ela bebe e entende. A Solange as vezes bebe pra caralho e enche o saco querendo pagar cervejas e mais cervejas. E ela nunca entende se você não quiser. Ela faz vários sons malucos: hum, hunf, arrgh, etc. Ela faz esses sons mais altos quanto mais bêbeda ela fica. Ela tem a história clássica: é do interior de Minas, família pobre. A irmã dela largou esse emprego e passou a bola pra ela que veio pra cá, se não engano, com 18 anos. Hoje ela fez 40.
A Solange é amante do Antônio. Ele trabalha na funerária aqui em baixo do meu apartamento e é casado e têm filhos em Maricá. Acho que é Maricá. Mas de qualquer maneira é uma cidade mais ou menos longe e ele trabalha no esquema de plantonista. Trabalha 1 folga 2. Ou algo por aí. Como eu sei que ele é plantonista eu deduzo que ele é daqueles que 'maquiam' o defunto, pois, tirando essa função, qual a necessidade de uma funerária ter um plantonista, não é mesmo? É muito curioso os dois porque eles são desses casais que se parecem muito, como irmãos. Os dois são baixos, mulatos, com uma barriga inchada e de cabelo curto. Eles parecem duas azeitonas pretas.
E hoje era aniversário dela e tinha gente pra caralho no Coimbra. Uma mesa cheia e com vários pratinhos de coisas de aniversário: linguiça, coxinha, enroladinho, frango, a porra toda. E eu desejei felicidades e ela ficou feliz e me deu um pratinho desse que devorei eufórico enquanto olhava toda aquela gente alí sorrindo à toa. Claro que isso é o oposto do meu sentido de ir pro Coimbra, que é ir álí numas de ver com calma as moscas. Mas é por essas que também vou lá. Gente pra caralho alí. Gente comendo e bebendo e entendendo que a vida é mesmo comer e beber. Gente que vive sem abstrações e sabe das coisas.
A Solange que geralmente está afundada numa cadeira, estava com uma roupa elegante e ativa na função de alimentar todos com o máximo de zelo possível. Não parava quieta e sempre queria que todos comessem, como se comer fosse o próprio reconhecimento da festa. Ela dizia: se não comer me ofende, hein?
A Solange sabe das coisas.

quarta-feira, outubro 17, 2007

Todas as mulheres do mundo.

(isso faz parte de uma peça chamada 'o herói' que começei a escrever há uns tempos longos atrás. as vezes escrevo ela de novo, mas é dificil porque é uma coisa que tem um certo vinculo afetivo com a minha adolescência. sou um cara mesquinho e apegado às coisas, lembram? )
(esse trecho veio do titulo do filme que acho que nem tinha visto ainda.)

- sim, você tá certa.
- eu não acho, acho ele frio, frio como um porco.
- uma vez, eu ainda era pequena, ele me abraçou, depois...
- ele já me xingou, me xingou três vezes, depois foi embora.
- me jurou amor eterno e tocou meu seio...
- me negou um beijo, acredita? um beijo...que tipo de pessoa nega um beijo?
- ele é frio, não sente nada, fala sem sentir, não é igual as pessoas, não é!
- eu era tão pequena, pequena mesma...
- uma vez ele me disse assim: eu não sou homem, não sou bicho...eu sou o mundo inteiro, o mundo todo. E o mundo não sabe disso.
- sofre do ego, é o que minha psicanalista diz, homem assim, ela diz, sofre com o ego...e eu acredito nela.
- meu seio era pequeno, não lembro direito...
- isso é verdade, sempre dizia coisas estranhas, uma vez falou pra mim, segurando no meu rosto: Você não existe, não existe.
- lembro até hoje, disse primeiro piranha, depois puta, daí cuspiu em mim e gritou: Mulher! Foi embora.
- meus seios não existiam, eram iguais aos dos meninos, mas mesmo assim ele tocou...
- Eu sempre acredito nela, tem quarenta anos e nunca casou, é uma mulher admirável. Além do mais não acredito em Deus, não acredito...
- Ele me disse assim: Você é resto! Resto de costela! uma costela mal feita, nada mais.
- tocou como se eu tivesse seios...eu não tinha e era mulher. Ainda sem seios eu já era mulher, por causa dele...
- eu achava ele bonito, bonito demais, mas eu tinha medo, medo dele, medo de...
- eu já disse, ele é frio.
- não é isso, é outra coisa.
- eu tinha dez anos, dez anos e era mulher.
- me pediu que eu perdesse a virgindade. Disse que se eu não fosse virgem eu seria seu único amor.
- uma vez ele me trouxe uma hóstia, daí pegou a hóstia e passou no meu sexo...
- ela me disse pra me afastar dele, eu me afastei.
- quando tinha onze anos pedi pra fazer amor com ele, ele disse que sim, mas que só usaria os dedos. Foi assim que virei mulher: com os dedos dele.
- eu sonhava com ele toda noite. Ela me disse que o problema era eu. Eu que gostava do ego dele.
- beijou minha boca e disse: Cristo tinha corpo de mulher, era homem, mas tinha corpo de mulher.
- nunca fez amor comigo, disse que eu não gostava de homem...

quando no meio da noite uma formiga o faz lembrar de coisas antigas.

Quando você vê uma bela mulher e se espanta e se lembra de outras mulheres que já teve e que erraram mais ou menos. Umas mulheres que desistiram antes da hora, outras que desejaram por mais tempo do que deveriam. Essas mulheres todas que de repente você desiste apenas porque surgiu uma outra. Uma outra que era um pouco mais triste que as outras. Uma outra que lhe puxava de um jeito assim, fugindo assim, abrindo as pernas com uma delicadeza diferente. Uma outra que, enfim, falava coisas loucas que lhe tiraram o sono, que lhe fizeram pensar no outro lado daquilo que nem lhe importa. Mulheres que indicam livros que você só lê porque elas indicaram. Mulheres que anulam as outras, as outras todas que não são elas. Mulheres que param com sua mania de macho infeliz de caçar bucetas mais ou menos carnudas. Mulheres em quem a buceta é um brinde ou uma sobremesa, não o pf necessário para uma fome imediata. Mulheres que lhe trazem a maldita dimensão do infinito e que lhe assustam por isso. Mulheres que materializam o infinito, mulheres que parem seus filhos.

terça-feira, outubro 16, 2007

Agora vem tudo de novo com sua força sua rotina e seu desespero. O tédio insistente de perceber a necessidade de fazer coisas e coisinhas e também de catar conchinhas com alguma dedicação. Paro e penso, paro e penso. Plano 1: ai ai ai. Tanta coisa, bom Deus, tanta coisa. Mas tudo serve pra perceber na prática aquilo que na teoria eu já sabia: tem que fazer, tem que fazer. A gente é bicho, meu bem, a gente é bicho, meu bem, a gente é bicho, meu bem. A gente inventa que é importante fazer coisas pra poder se sentir útil e ter a falsa impressão de que estamos mais vivos por conta disso e de outras ninharias parecidas. Nosso senso de vida é estar assim sempre fazendo sempre fazendo sempre fazendo, seja lá o que for. Somos animais bem previsíveis, não somos, meu bem?

segunda-feira, outubro 15, 2007

nerde cem mil

- gosto das coisas secas que você diz.
- gosto da sua cara de nada quando eu digo algo sério.

sábado, outubro 13, 2007

t. i. m.

Nada de aqui ou de fora. Só tem gente igual por aí, mais ou menos esperta é o que muda e muda pouco. A gente fede. Somos fedidos porque o sol aqui é maior e mais largo. É claro que somos animais mais óbveis. É assim. É triste. É cruel. O senso de humanidade nasce da miséria e isso é o que somos. É sempre uma faca de dois gumes. É sempre a merda espalhada e sem direção. Merda 1 ou merda 2. Há um senso de justiça nessa merda coletiva. A gente fede, meu irmão. Você nem sabe e nem entende. Você é um turista que acha que tem lições pra nôs dar. O Seu exemplo é bonito, mas não aguenta as luzes do sol. A sua tristeza é muito parecida com a merda que somos e fedemos. São apenas jeitos razos de se dividir a matemática inteira a 4 frações. Merda preta ou merda branca. A gente sempre fede depois de morto, não é?

sexta-feira, outubro 12, 2007

velho

nem posso
tolerar tolice
eu cansei e
estou cheio
de babaquice

quinta-feira, outubro 11, 2007

doce camelô

bato papo bom e de bom tom.

cato o amigo que tenho e vou.

num bom bar sei

sempre quem sou:

eu falo de mim

ele fala dele

o

pior

é

que

achamos

o

papo

bom.

No meio do turbilhão existe um tipo de rosa grudada num canto quieto da sala de visitas. Nem todos reparam nisso e nem todos devem reparar. Cada um se vira como pode. Cada um tem um calo e um consolo. A sala bem quieta e escura. Uns que passam por ali. Um monte de porta-retratos e um monte de poeira. A gente sempre tá morrendo. Morre devagar ou morre rápido, mas morre. Não é?

terça-feira, outubro 09, 2007

jogo de estilo - ?

no meio da noite louca. uma música que toca. ninguém repete, ninguém diz nada. é quase de manhã e as pessoas ainda estão dormindo em seus lares. o cachorro vadio na rua no meio parado no poste. quem até quando e onde. os canalhas rezando ainda antes das igrejas abrirem seus cofres. a miséria é colorida e alegre. crianças sujas que brincam com brinquedos inventados. ( eu penso agora meu bem que te quero e digo da tua boca e do sorriso e do medo e lembro da tua carne branca e da sua voz tremida no meu ouvido: o sussurro das letras faladas) o sol no céu ainda escuro e os olhos cansados. risos. risos. risos e esperanças. marés novas para novas possibilidades. o terno alinhado do rapaz triste que passa com os passos firmes em direção ao nada. ninguém me esperando na multidão com um sorriso cínico para me enganar: vozes ouvidas e ainda sem forças e sem precisão. (quem sabe te pego, ô malucá?). as pistas cinzas e os óculos modernos da artista frustrada que trabalha no banco do Brasil. o sorriso que a criança suja no colo da mãe suja dá. o infinito sistemático e que sempre volta ao pensamento. (não quero sua cara seu medo louco ou seu desejo de não ser você mesma. não quero seus olhos miúdos e sem direção). o infinito e o riso e o fim e a velhazinha que gargalha enquanto alimenta os pombos. o sol no ceú claro e azul numa noite de segunda feira. a tristeza se esvaindo em táxis amarelos que passam em grande velocidade e sem nunca parar. a avenida começando a sumir em baixo de pneus pretos de ônibus de empresas enormes e globais e boas para a boa preservação da boa imagem que dá usar a boa preservação do bonito nome que é o meio ambiente que dá alegria e reconhecimento. o sol que surge e a gente que passa com cara de sono e tédio e raiva e até ódio e loucura também porque gente não é e nem deve ser de ferro ou coisa que pareça. gente de todos os lados e para todos os cantos com todas as caras que todas as gentes podem ter mesmo que ocupem um mesmo e pequeno espaço. ( o fim tão próximo pode ser tão azul e amarelo quanto branco e vermelho porque tem coisas loucas e lindas e loucas de novo que nem imaginam que podem ocorrer e ser aquilo que ninguém espera ou imagina ou deseja e acontece. daquilo que me faz esperar e ser generoso com o tempo e com as coisas que nem posso sorrir e cantar como quem imagina um mundo melhor que se safe no meio do nada que esconde umas glórias antigas que ainda resistem.)

Uma moça bonita que me diz não.

" Não, não, Ferrnando", ela repete.
Eu ouço a voz doce
eu entendo o que ela diz:
sim sim sim.
Beijinhos loucos na boca:
- te roubo um beijinho
- me roubas a alma
A mãozinha apertada e
os olhos passeando com o rosto inclinado:
- não posso, não devo
- me leva, me cuida

domingo, outubro 07, 2007

outros mares

É um sorriso bonito e comovente.
Uma coisa doce e tímida que parece ser possível.
O queixinho apontando com uma cara de santa e que me lembra a minha avó.
É mesmo um desperdício.

sexta-feira, outubro 05, 2007

Não posso
ser nada
que eu
não seja.
Aqui, sozinho,
sou o
melhor de
mim mesmo.

quinta-feira, outubro 04, 2007

meu bêbe tão querido te encho de beijinhos na boca e nos seios
te entorto o corpinho e faço um risco bem bonito nas tuas costas
os olhos abertos as mãos para cima e a festa aqui bem em baixo
no meio da noite um vampiro sempre aparece atrás do capacho

Olhando a tua foto eu percebo. Esse sorriso não é o da paixão ou da loucura. É a o riso da boa moça que você sempre quis ser. E sendo o que se desejou a felicidade fica mais próxima, não é? Eu acho e acho mesmo e digo isso sem ironia. É claro que ser algo conhecido, algo já visto, algo assim, enfim, é claro que me traz certezas velhas que nem são lá as melhores coisas do maldito mundo. Mas isso nem importa. Importa que ainda há o sorriso e a aproximação do desejo. Daqui há pouco, e se tudo der certo, você terá dois belos gêmeos que serão os atletas premiados do colégio local.

quarta-feira, outubro 03, 2007

pkl!

Sua cara triste é comovente, mas ainda assim é triste. Tristeza sem força. Nem chora demais, nem berra demais. (E eu que sonhei com seus filhinhos vestidos de terninhos azuis e brilhantes) Vejo você antiga e tão velha que nem posso ver. Vejo assim como é. Igual como é. As mesmas roupas e as mesmas palavras, mas com 30 anos a mais. Você nasceu com 30 anos a mais. Você vai morrer com 30 anos a mais.

diversão de nerd

"Meu pau mole
pra você
fica duro
quando vê T.V."

terça-feira, outubro 02, 2007

Lá no meio daquele pote de merda tem uma garotinha que fica sorrindo pra mim. Ela é tão bonitinha com seus dentes grandes. Ela no meio daquela pasta marrom levantando a mãozinha pra me dar tchauzinhos. Ela se esforça tanto. Ela é tão dedicada. Nem sente a merda que tá entrando na sua boca aberta. Ela me dá os tchauzinhos com sua mão fina e sorri. Ela nem imagina as bobagens que eu penso.