quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Fazer o quê?
Em casa pensando e lendo e mentindo também. Tanta coisinha e você insiste em levar suas amigas tristes à sério. É uma pena isso. É tudo cinza e mentira pouca é bobagem. Então eu me amarro nas miudezas e acordo e mexo nos meus olhos e percebo que não sou observado por ninguém.

domingo, fevereiro 25, 2007

é mesmo impressionante

Jorge maravilha
Julinho da Adelaide/1974


Há nada como um tempo
Após um contratempo
Pro meu coração
E não vale a pena ficar
Apenas ficar chorando, resmungando
Até quando, não, não, não
E como já dizia Jorge maravilha
Prenhe de razão
Mais vale uma filha na mão
Do que dois pais voando
Você não gosta de mim
Mas sua filha gosta
Você não gosta de mim
Mas sua filha gosta
Ela gosta do tango, do dengo
Do mengo, domingo e de cócega
Ela pega e me pisca,belisca
Petisca, me arrisca e me enrosca
Você não gosta de mim
Mas sua filha gosta
Há nada como um dia
Após o outro dia
Pro meu coração
E não vale a pena ficar
Apenas ficar chorando, resmungando
Até quando, não, não, não
E como já dizia Jorge maravilha
Prenhe de razão
Mais vale uma filha na mão
Do que dois pais sobrevoando

Ela diz cada coisa e eu finjo que me interesso. Ela berra suas inteligências e olha pra mim e seus olhos meigos são tristes e patéticos. Ela é frágil. Bela e frágil como qualquer mulher bonita deve ser. ( E eu fico pensando porque elas não entendem isso, porque elas não sacam que a mentira que a gente precisa é simples e facilmente manipulável.)
Ela beija minha boca e eu acho que ela não beija bem, que ela deixa a língua dura e que a língua dura me incomoda. Ela não entende nada. Ela fala. Fala como a louca que é e como a louca que queria ser. Ela vive insatisfeita e ela mente mal. ( Se ela soubesse usar as coisas de mulherzinha que ela tem, se ela fizesse beicinho e olhinhos e farsas variadas eu seria o servo idiota que ela tanto quer.)

ou:
Chico Buarque : Me Deixe Mudo
In: "sinal fechado"
Letra e música: Walter Franco

Não diga nada
Saiba de tudo
Fique calada
Me deixe mudo
Seja no canto
Seja no centro
Fique por fora
Fique por dentro
Seja o avesso
Seja a metade
Se for começo
Fique a vontade
Não me pergunte
Não me responda
Não me procure
E não se esconda.

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

bom humor

"UM MONTE
DE MERDINHA
FEDORENTA.
'
E TODAS ELAS,
TODAS,
CADA COCÔZINHO,
'
SAEM
DA MESMA
MULHER BONITA."

Nem sim nem não. Talvez é o jeito pra se administrar as merdas todas. É a maneira de não ter compromisso com nada, não é mesmo? E se a mentira nos agrada e nos faz bem, por que não a sustentar? O mundo é mais a matemática do 2 mais dois é 4. Tudo é mais assim e, portanto, a mentira vem dizer o contrário e ser só mentira mesmo porque compromisso com a verdade é coisa de gente religiosa e nem é esse o meu caso. Então que a farsa continue. . .

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Mistério.

Há agora várias erupções no meu corpo. Não chegam a ser espinhas e nem sei se chegam mesmo a serem erupções já que não explodem, nem nada assim. São pequenos calombos avermelhados que estão sob minha pele e que, por mais que eu esprema, não liberam um puszinho que seja. Mas não consigo esquece-los de jeito nenhum e sempre os forço contra os meus dedos na expectativa de que me libertem. Mas eles só incham e crescem mais e acabam por ficarem mais vermelhos e doloridos em consequência da força que faço com os dedos. Penso que deve ser algum excesso que venho cometendo e que agora que foram filtrados se acumularam na minha pele como que pra me avisar pra pegar mais leve. Mas, na verdade verdade, não acho que seja isso de fato, já que nosso corpo nunca é tão racional quanto a gente.

domingo, fevereiro 18, 2007

O Mundo Perfeito.

Um café e um cigarro. A janela bem aberta e a t.v ligada. Ela tá sentada com os pernas meio cruzadas em cima do sofá. É difícil descrever essa postura. Ela não olha a tv e fica olhando pra fora com uma cara maluca de horizonte. De vez em quando ela dá uma tragada mais longa no cigarro e a fumaça sai toda pelo nariz. Ela fica com uma cara muito séria nessa hora: a fumaça pelo nariz e o horizonte. Parece que ela tá pensando em alguma coisa e não quer me dizer. Eu olho ela de rabo de olho e penso o que diabos passa na cabeça dela. Toda mulher é um mistério. É terrível.

Ela levanta e está animada, não sei se foi o café ou o cigarro ou alguma coisa que ela pensou quando olhava pro horizonte. Ela me diz alguma coisa e eu falo aham e me oferece uma comida que ela fará pra ela e eu digo não obrigado. Ela sai saltitando. Desde muito pequeno eu lembro que ela tem essa coisa de saltitar, outro mistério.

Ela volta com um pratinho de bolachas com manteiga e me oferece de novo e eu pego uma e ela dispara a falar. Ela tá animadíssima.

Ela fala e nós conversamos e eu penso e falo também e a tv tá ligada e a janela tá aberta e o mundo parece estar calmo e organizado. De repente eu me dou conta que tô me sentindo em paz e uma leve sensação de vitalidade me invade. O mundo parece perfeito.

FIQUEI SEM COMPUTADOR UNS DIAS. E, NESSE TEMPO, ESCREVI UMAS COISAS NA MINHA VELHA MAQUINA DE ESCREVER QUE ANTES ERA DA MINHA IRMÃ. VOU PASSAR PRA CÁ AS COISAS QUE ESCREVI LÁ E VER QUE OS MEIOS MUDAM O FIM. E TENHO DITO. E É ESSE TODO MEU SENSO DE HUMOR.

O Carnaval no Rio é genial. O Bloco tava aqui em baixo e desci e vi as pessoas e todos tavam sorrindo e essas coisas inexplicáveis que, as vezes, acontecem. Famílias completas pulando o Carnaval - tinha uma família que era o pai e a mãe bêbados e os 2 filhos olhando pra tudo com uma invejável cara de surpresa. É estranho. Sou um curitibano pleno, cheio de manias e preconceitos; e vejo essa gente risonha e penso que o mundo é bom.
(Eu lembro na adolescência que sempre havia a acusação de 'você não tem personalidade', e lembro que isso era algo sério, algo que a gente, bando de adolescentes, dizia como algo a ser levado em conta: tipo: 'fulano não tem personalidade'. E a gente sacudia a cabeça e pensava: 'tádinho, ele(a) não tem personalidade'.)
No Rio o Carnaval tem sentido pelos rostos de todos que sorriem e falam e bebem, mas o fato é que não entendo nada disso e que tudo só faz me lembrar dessa gente que não sou eu. Coisa que não gosto.
O bom é perceber que, apesar de tudo, aquela gente é mesmo risonha e que a vida é mais isso que toda reclamação que eu poderia fazer. Mas é também bacana ver que nada disso te diz respeito e que mesmo assim assim a gente ainda é capaz de se comover com esses animais tão incríveis que são os humanos.
-Não Resisto:
-

" Cada um na sua onda,
cada um na sua prancha.
Eu não vou lá no seu barco
tu não vem na minha lancha.
Cada um com seu cada um
Deixa o cada um dos outros
, se correr o bicho pega e
se pegar é bicho solto...
-
cada um...
(etc).

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

SOU VULGAR E MESQUINHO E QUALQUER NINHARIA ME DEIXA FELIZ E RADIANTE. HOJE COM TRINTA REAIS MINHA ALEGRIA FOI COMPRADA E SÓ BASTOU EU DESCER DO MEU PRÉDIO E LEVAR MEU COMPUTADOR NA LOJINHA AQUI DE BAIXO. E O MOÇO ERA MUITO SIMPÁTICO E RESOLVEU MEU PROBLEMA E EU SUBI E PENSEI QUE ISSO PODERIA SER MOTIVO DE UM PORRE, COISA QUE AINDA ESTOU PENSANDO COM MUITO CARINHO.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

C.

Eu conheço C. há muito tempo. Eu nem sei quando foi que o conheci. Sei que demorou até eu saber que ele era o C. e que eu era eu. Era uma época meio confusa e eu misturava tudo e minha mãe tentava me ajudar enquanto C. me contava mentiras. Eu sempre acreditava nas mentiras que C. me contava. C. sempre foi um bom mentiroso, o que é, sem dúvida alguma, um mérito.

C. é bom de papo e fala um monte de bobagem e bebe e fala mais bobagem ainda, mas o mais importante é que C. sabe falar sobre quase tudo e são raras as vezes que C. se torna inconveniente(agora mesmo não me lembro de nenhuma), o que é muito incomum em pessoas que falam tanto quanto bebem. Esse é outro mérito de C.

Quando eu era criança C. sempre me falava que eu devia brigar com os outros e acertar sempre os narizes. C. tinha razão. Eu socava os narizes e ficava popular. C. acertava de novo seu palpite e eu que ficava com o mérito.
Na verdade C. sempre me facilitou a vida e, embora não saiba, C. já disse umas coisas pra mim que eu sempre repito e que faço de conta que fui eu que falei. Acho que é isso: C. é meu facilitador. Mas C. não sabe disso porque C. tem aquela coisa grave de quem sabe que a vida é dura, mas que pode ser doce. C. é mesmo muito discreto.

Teve uma época que C. não falava muito comigo nem com minha mãe. C. fica no canto dele e fazia umas coisas que era pra depois poder me contar. C. me falou um bocado de coisas dessa época e acho que foi só depois de tudo isso que eu entendi que C. era C. E entender que C. era C. foi, sem dúvida, um grande desafio.

Agora C. tá lá e tem um monte de criança em volta dele e ele conta as mentiras e as crianças perguntam se é verdade pra minha mãe que não fala nem que sim nem que não. A verdade é que C. e C. deram certo e que é desse jeito que eles ficam sempre. C. fala que sim e C. fala que talvez, mas o que importa mesmo é que no fim deu tudo certo.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

do blogue da ana

O TEXTO QUE SEGUE É DA ANA. UMA GAROTA BACANA QUE CONHECI A ALGUM TEMPO ATRÁS. EU SEMPRE LEIO O BLOGUE DELA E TUDO O MAIS, MAS DESSA VEZ 'ALGO' ACONTECEU: ELA ESCREVEU UM PUTA TEXTO! UMA PORRADA GENIAL QUE EU ADORARIA TER TOMADO.(O BLOGUE TÁ LINKADO NO TÍTULO)

Se tapo suas palavras com um beijo seco é simples: a verdade não me interessa. Prefiro meu mundo inventado. Sendo assim não te culpo, ainda que tenha raiva, ciúmes e todo o resto. É que por mais que eu acorde na hora certa, dê bom dia ao porteiro, penteie os cabelos e visite a minha avó aos sábados, no fundo sou louca e sempre cedo ao arrebatamento. Quando vejo já estou descabelada, chorando pelos nossos cinco filhos que nunca nascerão. É disso que eu gosto: umas garrafas pelo chão, uma maldita dor de cotovelo e ficar te imaginando com outra qualquer.

Então esse recado na secretária eletrônica dizendo que não me quer mais foi assim uma espécie de gentileza desavisada da sua parte, eu prefiro mesmo as paixões que só são em mim. Entendeu porque não estou nem aí se no fundo você me ama? Prefiro te achar um canalha desprezível, derramar mais umas lágrimas, fumar uns trinta cigarros e depois esquecer de tudo e continuar tomando sorvete com você aos Domingos, como bons amigos, como senão fosse nada.

domingo, fevereiro 04, 2007

aniversário.

Minha irmã fez aniversário hoje. Ela teve um puta ano duro, cheio de surpresas malucas e nem sempre boas. E ela me surpreendeu pra caralho e segurou a onda e mostrou a que veio. Ela virou super herói, super mulher. É estranho porque durante um tempo a gente foi distante, coisa de adolescente que sabe que 'pega mau' gostar dos irmãos. A gente só começou a entender as coisas depois e, nessa época, eu já não tava mais morando em Curitiba. É sempre assim: a gente sempre demora a se tocar.
O fato é que hoje é o dia dela e de novo a gente tá longe, mas é assim que é e o que importa é que, apesar da distância, a gente se gosta e bebe cerveja junto e fala as merdas todas e são essas coisas que fazem a diferença e que importam.
Minha irmã cresceu uns 10 anos no ultimo ano e é muito bom ver que ela é dona da vida dela e capaz de cuidar de si e dos seus. Ela está certa. Apenas ela.

DOMINGOS OLIVEIRA.

REVENDO SEPARAÇÕES CHEGUEI A CONCLUSÃO DE QUE O DOMINGOS OLIVEIRA É UM TIPO DE GÊNIO. ACHO QUE SE ELE FOSSE AMERICANO SERIA UNÂNIME. SORTE QUE É BRASILEIRO.
VAI COLADO AS PERGUNTAS QUE O CABRAL FARÁ PRA GLORINHA, PRA QUE ELA VOLTE PRA ELE.


Vamos ter um filho?

Vamos escolher o nome dele?

Deixa eu te alegrar quando você estiver triste. Te ninar quando você estiver cansada.

Vamos foder o dia inteiro?

Deixa eu te fazer uma massagem com creme?

Vamos aprender a tocar piano juntos?

Vamos foder o dia inteiro?

Deixa eu ajoelhar e beijar tua mão.

Vamos ser tão felizes que fiquemos calmos.

Tão calmos que fiquemos fortes.

Tão fortes que possamos ajudar a todos os amigos que precisarem.

Vamos foder o dia inteiro.

Vamos aceitar tudo que o outro é.

Defender tudo que o outro é.

Amar tudo que o outro é.

Vamos foder o dia inteiro.