sábado, março 11, 2006

sambadocriolodoido

Sim, sim. Consegui inscrever "O Circo do Diabo" no edital da Funarte. Agora é o sambadocrioulodoido. É o circo do diabo e mais milhares e milhares de projetos bons e ruins. No fim a gente é mesmo tudo pedinte, nossa ancestralidade é de mendigos vagabundos que dançavam por prato de comida, tipo me dá isso que eu danço, ou caio, ou faço você rir, ou me humilho. Ator é isso: um cara que se humilha pra satisfazer os outros animais, por isso que vaidade em ator é falta de entendimento. A gente se humilha, mas vai à fórra. Quando o teatro é bom ele dá carne envenenada aos animais e os animais ficam contentes por serem envenenado assim como a gente fica contente em se humilhar.
Mas o fato é que a chance do projeto entrar é pequena, afinal somos uma cia de uma peça só. Um bando de moleques pretensiosos e arragontes. A única chance de entrar é se um puto que avalia os projetos sismar que de fato o diabo é uma boa idéia, se o cara sacar a potência do assunto e achar que temos o mínimo de competência pra fazer uma peça mais ou menos decente.
Seja como for escrever um projeto é sempre uma maneira de organizar as idéias. No mais que venha " O Circo do Diabo", com ou sem Funarte. Evoé Satã!

terça-feira, março 07, 2006

POEMINHA PRO MEU AMOR.

“Mulher devota
é melhor do que uma puta.
Mulher que te ama
e tudo topa,
mesmo fora da hora da labuta.


Mulher devota quando é puta
é ainda melhor.
Vira e entorta
e a gente até parece um Senhor.

Mulher puta é sempre boa,
se é puta e devota
não tem explicação:
É mulher pra quem a gente faz de tudo
e ainda pede perdão.”

Fico lendo os blogues que leio sempre e fico pensando pensando. Cada coisa que se fala, cada coisa que se pensa. O mundo é enorme e tem aquele versinho tão genial que eu adoraria ter feito "mundo, vasto mundo, se eu me chamasse raimundo, seria uma rima e não uma solução".

( Acho que se Deus [ou o Diabo] me pedisse dez anos da minha vida pra que eu tivesse escrito isso eu topava sem titubear.)

Não sei não sei. Hoje tá tudo meio assim fazendo de conta que tudo ainda será o que ainda não é.

Não sei não sei. Tanta gente no planeta que até dá agonia. Gente demais. Sete bilhões de pessoas no planeta e o problema é que hoje a gente sabe disso. Queria mesmo era ser índio primitivo e saber só de planta e caça e rezar, as vezes, pra algum Deus-Trovão.

Sei lá sei lá. Nada é assim tão ruim e nada é assim tão bom e o tempo passando e a gente pensando pensando.

Tem dia que é besta e só isso e no mesmo dia houve uma alegria besta e só isso. Sempre sem solução.

A gente pensa e se coça e se pensa e coça de novo. E tudo num crânio de 15, 20 cm que dentro traz um cérebro que dá até pra puxar pelo nariz - como aprendi que faziam com as futuras múmias.

Engraçado porque lembrei de uns malucos que morrem e mandam congelar a cabeça e esperam que um dia sejam 'reativados' e ganhem algum tipo de corpo de robô.
Eu preferiria mesmo era ter escrito o versinho...

segunda-feira, março 06, 2006

carta pro diego

Rio de Janeiro, 06 de março de 2006.



Diego,

Cheguei em casa e pensei no que tinha dito, nessa coisa de carta e de que já havíamos pensado nisso. Realmente a carta do Abujanra pro Paschoal é ótima. É sempre estranho ver essa gente que veio antes e pensou o que a gente mais ou menos pensa hoje. É claro que o papel velho e o texto feito a máquina é outra coisa. Parece até mais romântico e mais sério, sei lá.


Você disse que era bacana isso, de escrever e falar o que se está fazendo e pensando e é por isso que estou aqui no blogue, que não existia naquela época, mas que pode fazer sua vez de carta velha e maquinada.


Esse período termino a UNIRIO e será estranho não estar mais ali e ver aquelas pessoas. Hoje quando cheguei fiquei vendo as pessoas que conheço por estar ali a tanto tempo: o pessoal da guarita, uns que a gente cumprimenta, mas que não sabe quem é de fato. Sinto como que uma nostalgia antecipada, afinal, como você, vim parar no Rio via UNIRIO e todos que conheço são, direta ou indiretamente, daquele lugar. O fato é que esse é o 6° ano de Rio de Janeiro e que de lá pra cá tanta coisa aconteceu que já nem sei mais.


Agora to aqui em casa, bebendo uma lata de cerveja e escrevendo pra você e pensando que o tempo passa e que estar vivo as vezes é muito maluco. Lembra da gente no primeiro período? Cheio de história e de expctativa pela cidade desconhecida? Lembra da gente falando de teatro no mosca com a Clara, Tiago, Lídia, etc? E faz tanto tempo que não vejo eles. A Clara faz séculos. (Hoje, por acaso, encontrei a Maíra e perguntei deles e lembrei que a gente bebia no mosca. Lembra que ela namorou o Joel?)


Hoje quando você me mostrou a carta e conversamos brevemente pensei que faz tempo que a gente não bate um papo de fato, de falar sentado e sem ter que ir embora. Acho que a gente deve combinar de ficar sentado e falando e bebendo cerveja.(Lembra que antes você não gostava de cerveja?)


Bem, essa carta pode durar horrores e acho que não é esse caso. É que achei a idéia boa e já que temos todo esse planeta virtual porquê não usá-lo? Cada um com sua máquina, não é mesmo?


No mais falta um papo sentado e atualizar o passado. Lembrar que, ainda que pouco, a gente tá mais inteligente agora do que eramos quando chegamos na Guanabara a 5 anos atrás.


Abraço,
Saudades de conversar sentado,


Fernando.



P.S. Quem sabe a gente cria um blogue de cartas e usa a tecnologia nova pra velhos hábitos.