ÉTUDOSOBREMIMEMINHASMENTIRAS
Olhando pro nada eu chego quase longe. Eu não tenho todo esse interesse nas coisas que eu vejo nos outros. Eu entendo de inveja e de raiva. Eu entendo de ninharias e de apatia. Meu mundo é simples e eu poderia ser tranqüilamente um catador de conchinhas idiota e com pernas tortas.
quinta-feira, maio 31, 2007
quarta-feira, maio 30, 2007
terça-feira, maio 29, 2007
oh yes!

segunda-feira, maio 28, 2007
1 -
Adeus minha querida. Seus olhos bonitos me parecem ter um brilho muito fraco. E eu sou fraco também e, portanto, não posso com fraquezas. Gosto apenas do meu bar e da minha solidão que as vezes me ajuda a escrever. Eu nunca entenderia sobre o seu mundo grande. Eu gosto apenas daquelas coisinhas que eu já conheço, jamais seria um explorador. Não quero ganhar requintes e nem pretendo abrir minha cabeça e me tornar melhor. Eu gosto das mesmas coisas há muito tempo. Você não. Você anda por todas as ruas e, em cada lugar, descobre uma nova amiga. Você vai à exposições de novos artistas e lê livros de novos poetas. Você tem esse frescor, esse frescor que me é tão estranho. Eu gosto dos pintores antigos e gosto dos escritores consagrados. Eu não quero descobrir nenhuma nova forma ou nenhum novo talento. Eu quero apenas saber daqueles mortos que eu leio. Eu quero entender essa gente dessa outra época que era tão digna e tão séria. Essa gente profunda que existiu antes da gente. Essa época de agora é mais morna, já que todos podem ser artistas, não é mesmo?
2 -
Eu perdi o medo de você porque eu lhe vi assim peladinha, sabe? Seu corpo branquinho e sem grandes curvas. Você parece tão triste as vezes. Mas você não quer sua própria melancolia. Você quer ser essa outra coisa, essa coisa moderna e descolada, essa coisa que beija todas as bocas e de todos os sexos. Eu sou tão simplinho diante desse seu corpinho franzino e mal cuidado.
Você me disse umas coisas, umas coisinhas assim, e eu, que ouvi quietinho, pensei: Se ela se soltasse, se ela saísse dessa capinha estranha que ela usa, se ela visse mais T.V e lesse um pouquinho menos, só um pouquinho, se ela fizesse isso eu faria de tudo pra que a gente casasse e tivesse uma família bem grande, dessas que nem cabem num só carro. Mas você continuou falando daquele seu jeito que não se posiciona, que não chega a nenhum lugar mais ou menos compreensível. E você estava animada e até feliz, acho.
3 -
Adeus minha querida. Não quero mais inventar essas coisinhas. Fica em paz e olhe que tem gente bem bacana por aí. Gente bem mais parecida com você. Gente que não sou eu.
Minha tosse tá pior do que antes. Ela vem piorando de um tempo pra cá. Cada vez mais violenta e menos esperada. Eu tava ali, no meio do papo, e tive um maldito acesso. Ainda não tinha ocorrido um acesso assim, no meio de uma conversa e na frente dos outros. Eu virei e tossi e tossi e pus a mão na boca e minha mão ficou com a maldita mistura de muco e sangue, um sangue aguado, que essa minha maldita tosse fabrica. O foda foi a cara do maluco que tava comigo. Ele ficou me olhando com uma cara pena, como que me condenando à um maldito câncer. Filho da Puta.
Eu não sei qual é o sentido, mas o comum é que os acessos venham durante o banho. Vai ver que a água quente abre os brônquios ou coisa do tipo. Mas lá pelo menos eu tusso em paz e sem nenhum cretino pra me condenar. Cuspo à vontade e vejo aquelas luzinhas frenéticas. Toda minha paz é essa: tossir e cuspir em paz.
domingo, maio 27, 2007
fukyyou.
sexta-feira, maio 25, 2007
Carta.
Acabei de ver seu trabalho e confesso que fiquei muito impressionado. Há qualquer coisa de muito vital no primeiro pedaço e qualquer coisa de muita terrível no segundo. Mas nem acho que aqui seja o caso de falar disso, ou de seu domínio daquela máquina toda. Esse trabalho só confirma o que já foi dito.
O negócio é que há ali uma compreensão do mundo que, pra mim, é das melhores e no melhor sentido. Primeiro não há pena, há fatos. Cruéis ou não, mas isso não me importa tanto assim. E segundo há a malícia da criatividade dominada e também um certo humor que vem a reboque disso. Mesmo no tão terrível segundo há um humor que é meio ironia, meio fuga, meio confissão. E tudo numa mistura muito louca e bem feita, o que é raro.
Fiquei com uma vontade antiga de ficar vendo como é que essas coisas surgem. Sabe como é? Há aquele pacote que eu consumi e tal, mas há aquele troço sendo feito e tomando sentidos inesperados, entende? Já viajei bastante nessa mistura de vida e ficção, e acho que tem disso ali, mas de uma maneira que, embora declarada, deixa pra lá toda vaidade que poderia surgir disso, o que é raro também.
No mais tem essa coisa da morte que pra mim sempre foi terrível e que é um desses mistérios tristes que fazem parte da vida e bla-bla. Sei lá. Tive vontade de falar porque de fato aquilo pega e, embora possam ser feitas separadamente, são duas coisas que juntas trazem um sentido louco pra essa vida louca e melancólica que é sempre a vida de qualquer um. Seja lá o que isso quiser dizer.
Abraços.
Fernando.
e viva o rei! Yeye!
Baixei a discografia do puto e há pérolas. Essa é uma delas na minha opinião. Puta coerência urbana boa.
Lobo Mau
Eu sou do tipo que não gosta de casamento
E tudo que eu faço ou falo é fingimento
Eu pego o meu carro e começo a rodar
E tenho mil garotas uma em cada lugar
Me chamam lobo mau,
me chamam lobo mau,
eu sou o tal, tal, tal, tal, tal
Eu rodo, rodo, rodo e nunca penso em parar
Se vejo um broto lindo logo vou conquistar
Todos os rapazes têm inveja de mim
Mas eu não dou bola porque sou mesmo assim
Me chamam lobo mau,
me chamam lobo mau,
eu sou o tal, tal, tal, tal, tal
Eu estou sempre por aí a rodar
Eu jogo a rede em qualquer lugar
Garotas vivem a brigar por mim
Mas nem mesmo sei porque sou mau assim
Mas sei que gosto de garotas a me rodear
Eu gosto de beijar, depois então me mandar
E quando estou rodando e não tenho onde ir
Fico até na dúvida com qual eu vou sair
Me chamam lobo mau,
me chamam lobo mau,
eu sou o tal, tal, tal, tal, tal
Fico pensando e não sei,
raras vezes pensei tanto assim.
Antes era sempre pode ser e
nada era de fato, entende?
Cínico ao máximo,
indiferente a quase tudo,
nada além do meu tédio.
E agora parece que é tudo verdade.
quinta-feira, maio 24, 2007
quarta-feira, maio 23, 2007
quadrinha: diversão de nerd.
terça-feira, maio 22, 2007
Sou eu mesmo.
Fazendo as mesmas coisas que eu sempre fiz.
Eu me repito,
Graças a Deus.
A mesma cara sem graça
o mesmo cigarro.
Tudo é parecido,
eu em silêncio
olhando pro nada.
Eu sou o de sempre,
a barriga grande
e o sorriso.
E as mentiras,
boas amigas,
ainda me acompanham com muita alegria.
Eu continuo falando sozinho
e em todos os meios:
escrita, papel, microfone.
E ainda canto alto
e me masturbo muito
lembrando do tempo passado.
Eu sou eu mesmo
e tenho um prazer imenso
em me repetir.
segunda-feira, maio 21, 2007
VEJA BEM, O MUNDO É IRÔNICO(GRAÇAS A DEUS!?): ACABEI DE ESCREVER MEU TEXTO IDIOTA E ENTRO NO BLOGUE DO CARA E VEJO ISSO:
Não acredito em você e em seus gritos histéricos. E também não quero saber dessa gente que você ' frequenta' e diz ser muito descolada e moderna. Eu prefiro os bêbados da esquina que mentem apenas por uma dose a mais. Eles são muitos mais honestos. Essa gente toda, essa gente falando de arte, essa gente insuportável que mente sem ser honesto e sem nenhuma clareza, essa gente que exige que você aparente ser uma coisa profunda que elas não são, mas que pretendem ser.
Sabe como é?
Eu prefiro meu umbigo escroto e solitário, que sempre mente também, mas que não exige a atenção de ninguém para as próprias mentiras. Eu tô fora do seu meio pop e eclético(a palavra que desprezo) que gosta de 'todas as manifestações artísticas'. Eu não gosto delas, eu não gosto de todas elas e, inclusive, acho elas, em sua maioria, grandes desculpas para a real incapacidade de se comunicar. Se é que você me entende?
O que eu quero dizer mesmo, que é a única coisa que realmente me diz respeito, é uma coisa que você nem faz ideia e que também não entenderia, mas que mesmo assim eu insisto e falo: Eu te amo, meu amor, eu te amo e se você saísse do seu casulo elitista saberia que tudo o que digo é apenas pra chamar sua atenção.
E tenho dito.
domingo, maio 20, 2007
sexta-feira, maio 18, 2007
porque sim e porque é isso e também porque toda invenção me agrada - já que na verdade nem sei do seu corpo.
minha doce punheta.
Depois de tudo eu insisto e penso: poderia ser mais assim, assim, sabe como é? Você descolaria meu telefone com alguém que nem sei e me telefonaria e diria: olá, sou eu assim, assim e to ligando porque pensei que a gente pode fazer um troço assim, assim. Um troço, sabe? E eu ficaria vendido no telefone e usaria minha voz de bundão e diria: sim, sim, quando quiser. E você, bancando a garota esperta que eu gostaria que fosse, diria , já sacando minha real natureza de bundão: Pois é. Na verdade eu tinha pensado em fazer isso assim, assim hoje...mas se você não puder... E eu, mais bundão que nunca, diria: Ah, tá. Imagina....eu posso sim...e então? O que manda? E eu, já no chão e humilhado, finalmente diria: Ai, ai, na verdade isso tudo é assim, assim, e nem sei se seria uma boa idéia e também tem um monte de coisa, sabe? Umas coisas assim, assim de um jeito que você nem vai entender, mas tá tudo certo e tá tudo O.K. Me diz só onde...e não fala mais nada, tá? Tá, você diria e eu logo interromperia: e diz que horas também. E você: Tá. Olha pensei que nesse assim, assim era melhor e tudo mais, o horário? daqui uma hora e meia, que tal? E finalizando e desligando o telefone eu encerraria: então certo, até daqui a pouco. Até.
quinta-feira, maio 17, 2007
E QUE VENHA A PEÇA PUNK!

Velvet Underground - Heroin
Eu só não sei pra onde estou indo
Mas eu hei de tentar o reinado, se eu puder
Pois isso faz sentir-me um homem
Quando eu ponho uma agulha em minha veia
Então eu te digo coisas que não são sempre as mesmas
Quando eu apresso minha corrida
E me sinto como um filho de Jesus
E eu acho que simplesmente não sei
E eu acho que simplesmente não sei
Eu tomei a grande decisão
Eu vou tentar negar a minha vida
Pois quando o sangue começa a correr
Quando injeta a seringa
Quando eu me aproximo da morte
E vocês não podem me ajudar, não vocês, caras
Ou todas as doces garotas de fala macia
vocês todos podem ir dar uma volta
E eu acho que simplesmente não sei
E eu acho que simplesmente não sei
Eu queria ter nascido há mil anos atrás
Eu gostaria de ter navegado por mares escuros
Num grande e rápido barco à vela
Indo de terra em terra
Com uma roupa de marinheiro e um chapéu
Longe da cidade grande
Onde um homem não pode ser livre
De todos os demônios desta cidade
De si mesmo e dos que o rodeiam
E eu acho que simplesmente não sei
E eu acho que simplesmente não sei
Heroína, seja minha morte
Heroína, é minha esposa e minha vida, ha-ha
Pois adentra minha veias
e vai ao centro da minha cabeça
e então estou melhor do que morto
Pois quando a dose começa a fluir
Eu realmente não me importo mais
Com todos os Jim-Jims nessa cidade
E todos os políticos fazendo estranhos barulhos
E com todos os que pisam sobre os outros
E com todos os corpos mortos empilhados
Ah, quando a heroína está em meu sangue
E o sangue está na minha cabeça
Cara, agradeço a Deus por estar bem como um morto
E graças a Deus eu não estou ciente
E graças a Deus eu simplesmente não me importo
E eu acho que simplesmente não sei
Oh, e eu acho que simplesmente não seiTradução: Vander Colombo
terça-feira, maio 15, 2007
ternurinha.
(com voz melíflua)
Coisa louca do meu coração me diga o que quer de mim. Estarei sempre ao seu dispor por um curto período de tempo. A minha farsa é alegre e pode lhe agradar. Por um tempinho curto, mas potente, você será minha senhorinha má e belíssima, que é assim que as senhorinhas devem ser.
Vou lhe dar uns beijinhos as vezes e vou rezar antes de dormir pensando que Deus é tão mal quanto você, já que ele lhe fez assim tão bonitinha e turrona. Mas Deus sempre sabe das coisas e sabe também que essa minha coisa toda passa logo, mas que, enquanto não passa, continuará me dando essa vontade estranha de morar numa casinha sem luz e em sua companhia. E é lá que eu lavarei os seus pezinhos antes de dormir e que você aparará minha barba uma vez por semana.
A gente viverá cantando as músicas tristes e batendo palminhas, mas isso tudo apenas enquanto durar minha fase de farsa feliz porque depois vem o domingo e a gente sabe como é. Porque daí o touro é valente e bate na gente e a gente é fraco e cai no buraco e o buraco é fundo e acabou-se o mundo.
domingo, maio 13, 2007
confesso,
"eu penso na vida devagar e fico sempre fazendo de conta".
Os hábitos são antigos e eu adoraria
sair disso e
surpreender você.
Mas eu vejo o que fala
e
o que escreve,
e eu penso:
(e isso é quase triste)
"eu sou tão antigo...tão antigo..."
Queria um amorzinho do bom,
daqueles que rendem uns escritos,
e por que não?,
uns desenho bonitos.
Um desses amorzinhos de rima
que fala bem e mal,
que põe pra cima,
e que tem sempre aquele
tão sonhado tesãozinho
que é super- legal.
Um amorzinho Pop
que podia render
umas coisinhas.
Um amorzinho vulgar,
que fosse como fosse,
teria a sua gracinha.
sexta-feira, maio 11, 2007
rubrica pruma nova farsa
(Eu to vendo seus olhos e sua boca. Ela não tá nem triste nem alegre. Ela parece indiferente à tudo. Elas sempre parecem indiferentes. Ela fica ali e meio que se encolhe e aquece as próprias mãos em baixo das pernas. Ela tá sentada em cima das mãos e nota que eu to olhando pra ela e faz não não com a cabeça e cospe no chão e me olha pra ver como eu reajo. Eu sorrio sem graça e ela cospe de novo no chão e de novo olha pra mim e eu não reajo e insisto em ficar olhando pra ela com o desafio mental de quem aguenta mais. Ela é muito boa nisso. Eu já to pensando em milhares de coisas e ela se mantém ali, fixa, e tá ganhando o desafio. Eu fico tentando não desistir, mas ela sabe que já ganhou e começa a sorrir muito muito muito devagar. Ela não mostra os dentes.)
quinta-feira, maio 10, 2007
terça-feira, maio 08, 2007
domingo, maio 06, 2007
3 - (diversão de nerd)
- teu beijo seco me irrita.
- e teu desprezo me excita.
- é sua cara falar isso.
- hahahaha...
- você sempre faz isso...
- isso o quê?
- isso, de fazer que nada te importa...você acha mesmo que isso cola?
- não sei, mas não tô nem aí, pelo menos eu não sou esse tipo chatinho que você é...
- ai. Tudo é tão previsível. Eu poderia até falar antes o que você vai falar..
- então tá, faz isso.
- tá. Eu poderia te adorar se você fosse mais esperta, poderia ser teu servo...
- mas isso não vale...você nem tá continuando o assunto...
- tá...então vai lá: Sabe o que eu tava pensando? Que você só gosta de mim porque eu minto pra você.
- mas isso também não vale. Isso é colar...é usar minhas frases pra se fazer passar por mim...
- ih...então desisto...
- hahaha...
- eu sabia que você ia rir...
- ah é? então por que não falou..???
- você é muito imbecil mesmo...vai se fuder...
- vai você!...
- hahaha....
- hahaha...
- idiota...
- hahaha...
2
Eu não acredito no seu jeito de piranha-de-faz-de-conta. Essa coisa de anunciar pra mesa que não trepa faz tempo é coisa de quem ou não quer trepar ou nunca trepa ou, e em último caso, trepa mal. Quem quer trepar dá sempre um jeito. E se for mulher é ainda mais simples. Mesmo eu, homem gordo e patético, não tenho esse problema. Então eu penso: isso é uma farsa chata e previsível. Talvez se eu acreditasse nisso, não sei, talvez essa mentira toda me encantasse. Mas a regra é sempre clara: ou mente bem ou não mente.
É o de sempre.
Eu chego em casa e deposito a cerveja na geladeira e ligo meu computador e ponho um CD e acendo um cigarro e cago e venho até aqui com a cerveja já aberta e acendo outro cigarro e começo a escrever.
Daí eu vou bebendo e fumando e pensando e fico assim, nessas de que só mesmo o álcool salva. Sei lá. E agora tem sempre o fato que me anda na cabeça ultimamente e que é o fato de eu ser um cara óbvio mesmo - e isso independente das gracinhas que possa fazer sobre isso. Não sei se gozo ou se morro.
Mas que isso se encerre aqui. Há ainda um monte de baboseira bêbada que virá por aí. Sempre vem.